A Ordem dos Nutricionistas (ON) emitiu um comunicado a alertar o Governo para a necessidade de aumentar a verba para medidas preventivas no próximo Orçamento do Estado (OE), relembrado que atualmente apenas 1% do orçamento da saúde é dedicado à prevenção, estando abaixo da média da OCDE.
O comunicado refere ainda que “Portugal é dos países europeus com maior número de anos de vida saudáveis perdidos, o que se justifica por um em cada 10 portugueses ter diabetes, um em cada três ter hipertensão, e por um em cada dois portugueses ter obesidade ou excesso de peso”.
“É necessário educar, formar e criar as condições para que os portugueses tomem decisões alimentares corretas, o que só é possível com medidas preventivas, nomeadamente com campanhas informativas; com a limitação da disponibilidade de alimentos com excesso de sal, gorduras e açúcar; com a reformulação dos alimentos, e a taxação de determinados alimentos; e com nutricionistas no terreno”, indica o comunicado.
Para a Ordem dos Nutricionistas, “o impacto financeiro que as doenças relacionadas com a má alimentação têm no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é demolidor. O custo anual com medicamentos antidiabéticos é de cerca de 250 milhões de euros e com medicamentos para as doenças cardiovasculares, de cerca de 350 milhões de euros”.
A ON refere que na anterior legislatura foi criada a Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável, onde estiveram envolvidos praticamente todos os ministérios, mas considera que “isto não basta”.
Por isso, a bastonária Alexandra Bento irá enviar uma carta a todos os partidos políticos “elencando medidas específicas que podem ser acionadas durante a próxima legislatura, para a melhoria dos hábitos alimentares dos portugueses”.
A ON recorda ainda no comunicado “que todos os dias morrem cerca de 100 portugueses devido a doenças cérebro-cardiovasculares e uma parte destas mortes poderia ser evitada através de alterações dos comportamentos alimentares, uma mudança que só pode ser realizada com uma atuação transversal em todas as políticas”.