A Ordem dos Nutricionistas pretende fazer um levantamento da criação de serviços de nutrição em todas as instituições de saúde, tal como ficou definido há cerca de um ano atrás pelo Governo, através da publicação de um diploma.
Segundo a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, Alexandra Bento, a Ordem quer fazer um levantamento em conjunto com os profissionais que estão à frente destes serviços, para avaliar e eventualmente melhorar os mesmos.
“Não temos dúvidas de que a criação de um serviço de nutrição em cada instituição do Serviço Nacional de Saúde (SNS) é uma mais valia para a saúde da população. Há ganhos em saúde efetivos com a otimização da alimentação e da nutrição para os utentes”, afirmou a bastonária à Agência Lusa.
“Queremos ver o que temos no terreno, quais são as práticas e também desencadear processos de melhoria continua”, explica.
Alexandra Bento diz não ter dúvidas de que o modelo criado “permite rentabilizar e otimizar recursos, centralizando todos os nutricionistas (…), uniformizando procedimentos e boas práticas”, e lembra que “os ganhos em saúde estão nos serviços que funcionam com eficácia”.
“Só com mais nutricionistas no SNS se aumenta a eficácia”, afirmou a bastonária, que continua a defender que o rácio destes profissionais continua a ser muito curto.
“Este rácio complica a saúde de quem precisa dos serviços de um nutricionista” diz Alexandra Bento.
Para a bastonária o rácio ótimo seria de um profissional para cada 20.000 utentes, o que implicaria ter cerca de 500 nutricionistas nos cuidados de saúde primários, quando atualmente há pouco mais de 100.
“É muito insuficiente. E nos cuidados hospitalares deveríamos ter um para cada 50 camas e estamos muito longe destes números. Assim é difícil garantir a otimização da alimentação e nutrição nos utentes do SNS”, sublinhou.