Esta quarta-feira, dia 7, assinala-se o Dia Mundial da Saúde com o mote “Construir um mundo mais justo e saudável” e a Ordem dos Nutricionistas (ON) emitiu um comunicado, no qual alerta para as desigualdades sociais.
A ON apela, ainda, ao Governo para que se garanta cuidados de nutrição a todos os portugueses.
“É fundamental que os nossos decisores políticos tenham consciência de que a situação pandémica que vivemos veio adensar as desigualdades sociais e aumentar a insegurança alimentar, pelo que os cuidados de nutrição devem ser assegurados para todos, de modo justo e igualitário. Algo que só se consegue com nutricionistas em locais mais próximos dos cidadãos”, afirma Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas.
Apesar do retrato nacional de doenças crónicas ser preocupante, o acesso aos cuidados de nutrição não é assegurado a todos os portugueses e, nos centros de saúde, faltam cerca de 800 nutricionistas, pelo que, para a Ordem, é urgente que exista uma estratégia interministerial, que passe pela integração destes profissionais em locais próximos da população, seja nos centros de saúde, nas instituições do setor social e solidário, nas autarquias ou nas escolas.
A ON considera, ainda, que “há uma clara necessidade de criação de políticas que, além de promoverem escolhas alimentares saudáveis, se foquem em particular nas populações mais vulneráveis, em maior risco de desigualdades, quer no acesso a alimentos, quer no acesso a cuidados de saúde no geral e em particular aos de nutrição”.
“No nosso país, quanto mais baixa é a posição social, pior é o consumo alimentar, nomeadamente no que diz respeito ao acesso a alimentos saudáveis, o que pode condicionar o surgimento e agravamento de situações de insegurança alimentar, bem como ter efeitos nocivos na saúde de todos, dos mais jovens aos mais idosos”, pode ler-se no comunicado.
Alexandra Bento salienta que “em Portugal sabemos que os maus hábitos alimentares estão nos lugares cimeiros no que respeita à perda de anos de vida saudável. É preciso agir depressa e bem”.
A ON estima, ainda, que o perfil de doenças crónicas, como a diabetes, as doenças do aparelho circulatório ou a obesidade, poderá ter sido agravado por mais um confinamento social e recorda que a maior parte destas doenças estão diretamente relacionadas com os maus hábitos alimentares.