A Organização das Nações Unidas (ONU) avançou que uma em quatro pessoas no mundo continua sem acesso a água potável e que metade da população mundial não tem casas de banho com sistemas de saneamento adequados.
A informação foi dada pelo relatório divulgado sobre o acesso à água potável, ao saneamento e a condições de higiene elaborado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Os dados apontam para que dois mil milhões de pessoas no mundo, uma em cada quatro pessoas, não têm acesso a água potável, ao mesmo tempo que metade da população mundial, cerca de 3,6 mil milhões de pessoas, não conta com serviços de tratamento de resíduos.
Cerca de 2,3 mil milhões de pessoas, não tem acesso a instalações para efetuar a sua higiene básica e diária.
Em 2020, ano marcado pela propagação do novo coronavírus, três em cada 10 pessoas no mundo não tinham meios e recursos para fazer um dos principais gestos, segundo os especialistas, que ajuda a prevenir infeções pelo SARS-CoV-2: lavar as mãos com água e sabão.
O acesso a estes serviços básicos está a progredir em todo o mundo, mas a um ritmo excessivamente lento, que anteveem que a percentagem de pessoas com estas carências irá diminuir apenas um ponto percentual por ano.
Estes dados, indicados no relatório, alerta para a lenta progressão de universalizar estes serviços e cuidados básicos em 2030, como estava estabelecido nos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, na Agenda 2030.
A continuar assim, em 2030, o mundo ainda terá 1,6 mil milhões de pessoas sem água potável, 1,9 mil milhões de pessoas sem instalações de higiene (uma em cada cinco de pessoas no mundo) e 2,8 mil milhões de pessoas (um terço da população mundial) sem serviços de saneamento básico.
Perante estas projeções, as duas agências da ONU fizeram um apelo para que seja acelerado, em cerca de quatro vezes mais do que é feito atualmente, o desenvolvimento destes serviços básicos em zonas geográficas fortemente carenciadas.
O relatório indica que 80% das pessoas que não dispõem destes serviços básicos vivem em zonas rurais.
A África Subsaariana é a região no mundo que apresenta as maiores deficiências, com apenas 54% da respetiva população com acesso a água potável, uma percentagem que cai para 25% em áreas que a ONU denomina como “contextos frágeis”, como é o caso de zonas marcadas por conflitos.