Os Estados devem apoiar a produção de alimentos mais nutritivos, defende um relatório da ONU, que revela que o impacto da covid-19 em 2020 levou a que 3,1 mil milhões de pessoas não sustentassem dietas saudáveis.
Este número representa um aumento de 112 milhões de pessoas que não têm possibilidade de comer de forma saudável relativamente a 2019, adianta o relatório “2022 – Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo”, produzido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Programa Alimentar Mundial da ONU (PAM).
“As políticas de apoio já não estão a conseguir reduzir a fome, a insegurança alimentar e a desnutrição. Este é o momento para os governos começarem a examinar os seus atuais apoios à alimentação e agricultura”, afirmam as agências da ONU, citadas pela Lusa. Parte considerável dos apoios à alimentação e agricultura foi dirigida a agricultores de forma individual e que “não só distorcem o mercado, como não alcançam muitos agricultores, além de prejudicarem o ambiente e não promoverem a produção de alimentos nutritivos”.
“Arroz, açúcar e carnes de vários tipos são os alimentos cuja produção é mais incentivada em todo o mundo, enquanto as frutas e os vegetais são menos apoiados ou mesmo penalizados em alguns dos países mais pobres”, sublinha o relatório. As intervenções [dos Estados] no mercado podem tornar-se obstáculos à produção de alimentos nutritivos, minando a disponibilidade e acessibilidade de dietas saudáveis”, alerta a ONU.
