ONG alemã diz que caso de ovos contaminados mostra falta de legislação 875


24 de agosto de 2017

A retirada de alimentos contaminados do circuito comercial é frequentemente «tardio ou nem acontece» na Alemanha, devido a um quadro jurídico vago, denunciou hoje a associação Foodwatch num relatório sobre o escândalo de ovos contaminados com fipronil.

Apontando 92 casos de contaminação de alimentos ao longo de um ano, a organização observa que os fabricantes envolvidos «quase nunca usam todos os meios disponíveis para alertar os consumidores».

A Foodwatch aponta também erros às autoridades, que acusa de lançarem os alertas tardiamente, o que aconteceu pelo menos «em 47%» dos casos.

Sendo certo que o número de ordens para retirar alimentos contaminados tem vindo a aumentar na Alemanha, muitas vezes, acusa a organização, o único alerta é feito através de comunicados divulgados pelos media.

Quanto ao tipo de caos, em 38% trata-se de contaminação microbiológica, em particular por bactérias do tipo salmonela ou listeria, em 27% há presença de corpos estranhos nos alimentos, incluindo pedaços de vidro ou plástico, e menos frequentemente faltam informações sobre o seu conteúdo ou há violação do dever legal de informação.

O problema, de acordo com a Foodwatch, está tanto na demora em retirar os alimentos como na forma como é feito, sendo que a única regra aprovada na União Europeia, em 2002, prevê apenas que «os produtos que não são seguros não devem ser colocados em circulação», não existindo instruções específicas.

«A falta de informação por parte das autoridades no escândalo de ovos contaminados com fipronil ilustra, mais uma vez, este problema», diz a Foodwatch, que preconiza a promulgação de regras obrigatórias e específicas, avançou a “Lusa”.