A Ordem dos Nutricionistas (ON), pediu à Direção Geral da Saúde (DGS), para “ter uma mão forte junto indústria alimentar e pressionar a reformulação dos seus produtos”.
Este apelo surge após a divulgação do estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), que avaliou a adequação nutricional dos alimentos à venda no mercado português, dirigidos a crianças dos 6 meses aos 3 anos, e constatou que mais de metade (69%) destes produtos alimentares não cumpre todos os critérios nutricionais recomendados pela OMS.
A adição de açúcares ou adoçantes/edulcorantes é um dos principais motivos do incumprimento.
Após a divulgação destes resultados, a ON apela à DGS para uma “mão forte junto indústria alimentar”, de modo a “pressionar a reformulação dos seus produtos”.
De acordo com o estudo, “31% dos produtos destinados às crianças contêm, pelo menos, uma fonte de açúcar e 25% têm sal adicionado”.
Para a bastonária da ON, Alexandra Bento, estes valores são “preocupantes, uma vez que o sal e o açúcar não devem ser consumidos durante o primeiro ano de vida”.
“É exatamente nos primeiros anos de vida que as crianças adquirem hábitos. Serem expostas precocemente ao sal e ao açúcar condiciona-lhes o gosto e pode determinar o que vão preferir em idade adulta”, defene Alexandra Bento, citada no comunicado divulgado.
A ON recorda que, “Portugal acompanha as recomendações da OMS e existem protocolos estabelecidos com a indústria, havendo uma clara necessidade da reformulação de produtos alimentares, pelo que compete a DGS a atenção redobrada à composição nutricional de produtos alimentares destinados, principalmente, a idades precoces”.