09 de novembro de 2017 A bastonária da Ordem dos Nutricionistas e o deputado do PAN André Silva defenderam ontem que o Estado tem de apostar na fiscalização da qualidade das refeições e dos produtos disponibilizados nas cantinas, nos bares e nas máquinas de venda automática das escolas. «Há problemas alimentares nas escolas», mas «numa dimensão muito diversa», que passa pelas cantinas, pelos bares, pelas máquinas de venda automática e chega mesmo ao que as crianças levam nas lancheiras, disse Alexandra Bento, durante a visita que realizou com André Silva à Escola Básica 2,3 Professor Delfim Santos, em Lisboa. Na sua opinião, «dizer-se que é só nas cantinas» ou que a situação se deve «ao binómio administração direta/concessão das refeições» é tratar «o problema de uma maneira muito leve». Para Alexandra Bento, a base do sistema deve assentar em regras, que devem ser revisitadas periodicamente e supervisionadas, e na presença de nutricionistas nas escolas para acompanhar a alimentação das crianças. Esta posição também foi defendida por André Silva, do PAN, que alertou para a necessidade de ser o Estado a fiscalizar a qualidade da alimentação nas escolas. «O que temos concluído ao longo do tempo e que vimos confirmar é que há uma clara falta de fiscalização por parte do Estado relativamente à qualidade nutricional e ao equilíbrio das refeições escolares que são disponibilizadas», disse o deputado do partido Pessoas-Animais-Natureza, citado pela “Lusa”. Para André Silva, o «grande problema» reside no facto de serem as próprias empresas que distribuem a comida a fazerem a fiscalização. «Não há, por parte do Estado, quem faça essa fiscalização» e as queixas dos pais são «fruto de deixarmos nas mãos das empresas não só a confeção da comida, mas acima de tudo a fiscalização», criticou. Por outro lado, defendeu, são precisos mais nutricionistas na escola pública e no Serviço Nacional de Saúde para «garantir um melhor equilíbrio nutricional», uma medida que, a longo prazo, «vai retirar pressão» ao SNS. |