ON e a alimentação e desinformação em tempos de pandemia 1072

Alexandra Bento, Bastonária da Ordem dos Nutricionistas (ON), publicou um artigo de opinião no “Público”, que também foi disponibilizado no portal da Ordem, onde alerta para o facto de não existir nenhuma evidência científica que indique que haja algum alimento ou suplemento alimentar que possa prevenir a covid-19.

A Bastonária da ON começa por referir que é preciso ter cuidado com as informações que são partilhadas, e “perceber o conceito de fontes fidedignas”.

E afirma que “para garantir o normal funcionamento do sistema imunitário é necessária uma alimentação saudável. No entanto, reforçamos que, apesar da alimentação equilibrada contribuir para um sistema imunológico mais eficiente, é importante ter consciência de que não nos resguarda da responsabilidade de adotarmos medidas preventivas para esta pandemia”.

Alexandra Bento indica que neste período em que vivemos de quarentena, é preciso um especial cuidado com a alimentação.

“Para auxiliar a alimentação de quem está de quarentena e em isolamento, a Organização Mundial da Saúde apela a que se: compre somente o que se necessita, planeando as refeições; priorize os produtos frescos e as refeições caseiras; aproveite as opções de entrega de alimentos ao domicílio; adeque as porções de alimentos à possível menor atividade; siga as práticas seguras de manipulação de alimentos; limite o consumo de sal, de açúcar e de gordura; consuma alimentos ricos em fibra e beba água; evite bebidas alcoólicas; desfrute das refeições em família”, sublinha.

A Bastonária reforça que “apesar de não existir até ao momento evidência de contaminação através do consumo de alimentos cozinhados ou crus, o reforço das boas práticas de higiene e segurança alimentar, durante a manipulação, preparação e confeção dos alimentos, é recomendado”.

E por isso, recomenda também que se adotem as “medidas preventivas indicadas pelas autoridades, nomeadamente pela Direção-Geral da Saúde”.

Alexandra Bento refere ainda a importância do nutricionista nesta altura, e recomenda aos portugueses a “consulta de um nutricionista para orientações alimentares e nutricionais”.

A estes, a Bastonária pede que coloquem “a sua capacidade profissional ao serviço do interesse público, tal como o exige a atual situação de calamidade pública”.

Outra das preocupações da Ordem dos Nutricionistas, referida neste texto, tem a ver com as cadeias de abastecimento alimentar.

“Tem sido igualmente preocupação da Ordem dos Nutricionistas o acompanhamento da evolução da cadeia de abastecimento de alimentos, no sentido de assegurar uma alimentação saudável para todos os portugueses”, indica Alexandra Bento.

“Enquanto bastonária, instigo os nossos governantes para fortalecerem as políticas de segurança alimentar e nutricional destinadas a garantir o direito humano a uma alimentação adequada para toda a população, especialmente para todos aqueles que, em situação de maior vulnerabilidade social, podem ver comprometido o acesso a alimentos de qualidade em quantidade suficiente”, apela.

A Bastonária acaba por mostrar a sua disponibilidade, não só “de servir a população portuguesa na concretização do direito à alimentação adequada”, mas também o “de defender os interesses profissionais dos nutricionistas, a quem devem ser garantidas, também, as condições de segurança que o atual momento exige”.