Após a divulgação do Relatório da Obesidade 2022 da Organização Mundial da Saúde (OMS) que foi divulgado esta terça-feira, a Ordem dos Nutricionistas (ON) emitiu um comunicado a defender a prevenção desta doença, “através da garantia do acesso a consultas de nutrição, como uma medida possível para travar o aumento da prevalência da obesidade”.
O estudo concluiu que, na Europa, cerca de 60% da população adulta e 1 em 3 crianças em idade escolar apresentam excesso de peso ou obesidade e que o cenário poderá ter agravado “de forma alarmante” com a pandemia.
“Dispomos de dados suficientes que nos alertam que precisamos de agir já e com audácia. Na região europeia 1,2 milhões de pessoas podem ter morrido anualmente devido a excesso de peso ou obesidade e a maus hábitos alimentares que, como bem sabemos, estão diretamente relacionados com este problema, e em Portugal esta situação não será exceção”, salienta Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, citada no comunicado divulgado.
Nesta nota, a bastonária mostra-se preocupada com a escalada dos preços decorrentes do conflito armado na Ucrânia que pode levar a que “os portugueses se alimentem pior” e por isso a redução de impostos em alimentos saudáveis é uma medida fundamental.
Para ultrapassar este problema, a ON defende, tal como a OMS, que se tomem medidas económicas de promoção do consumo de frutas e produtos hortícolas, que se implemente programas e campanhas de educação alimentar, assim como campanhas nacionais de alimentação saudável, e a obrigatoriedade de esquemas de rotulagem nutricional na frente da embalagem nos produtos alimentares.
O Relatório da Obesidade 2022 recomenda ainda que a disponibilização de alimentos em ambientes públicos promova uma alimentação saudável, que se monitorize e controle os produtos alimentares à venda junto de estabelecimentos de ensino, e que monitorize a prevalência da obesidade ao longo do ciclo de vida.