OMS: Governos devem usar impostos e legislação para combater problema do excesso de peso 868

 

 

12 de setembro de 2018

Impostos e legislação são os dois meios que os governos têm à disposição para combater o excesso de peso e que foram eficazes na redução de consumo de tabaco e álcool, defendeu uma especialista da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Londres, onde foi apresentado o Relatório de Saúde Europeu da OMS.

«Os impostos e legislação existem para regular», declarou Claudia Stein, diretora do Departamento de Informação, Pesquisa e Inovação da OMS na Europa.
 
De acordo com relatório publicado hoje, a que a agência “Lusa” teve acesso, os 53 países da região europeia analisados neste relatório têm as taxas de tabagismo e de consumo de álcool mais elevadas a nível mundial, mas a tendência nos últimos anos tem sido de declínio.

No entanto, é identificado um movimento ascendente nas taxas de excesso de peso e obesidade na maioria dos países europeus, com Malta, Turquia e Reino Unido nos primeiros lugares.

Claudia Stein afirmou que «o imposto sobre açúcar tem impacto sobre o peso e a saúde dentária» e que o agravamento dos impostos sobre produtos com muitas calorias, como os refrigerantes, tem efeitos positivos.

A especialista alertou ainda que a nutrição é apenas um fator que contribui para o excesso de peso ou obesidade, e que hábitos saudáveis, como o desporto ou exercício, também desempenham um papel importante.

Stein referiu que a introdução de legislação que proíbe fumar em espaços fechados públicos na última década terá contribuído para a redução do tabagismo na Europa.

«Há estudos que mostram que um maior Índice de Massa Corporal representa um risco de diabetes, de doenças cardio vasculares, sendo uma causa grande de invalidez e mortalidade», acrescentou.

Apesar de os dados recolhidos demonstrarem que o excesso de peso afeta sobretudo os homens e a obesidade é mais prevalecente em mulheres, Stein mostrou-se sobretudo preocupada que estes problemas estejam a afetar cada vez mais crianças de 11 anos.

«Se isto não for estancado, a próxima geração terá um problema, sobretudo com doenças crónicas», concluiu.