A Organização Mundial da Saúde (OMS) apelou na passada quinta-feira (01) aos cientistas e aos governos para que reforcem e acelerem a investigação para preparar o mundo para a próxima pandemia.
“A história ensina-nos que a próxima pandemia é uma questão de ‘quando’ e não de ‘se’. Ensina-nos também a importância da ciência e da determinação política para atenuar o seu impacto”, expressou, citado em comunicado, a que a Lusa teve acesso, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Na terça-feira, na Cimeira Mundial de Preparação para Pandemias, que decorreu no Brasil, a OMS apresentou um relatório que defende uma intervenção mais ampla de governos e cientistas para criar conhecimento, ferramentas e medidas que possam ser rapidamente adaptadas a ameaças emergentes.
“Esta estratégia visa também acelerar a vigilância e a investigação para compreender como os agentes patogénicos transmitem e infetam os seres humanos e como o sistema imunitário lhes responde”, adianta o comunicado da OMS.
Para facilitar esta tarefa, a OMS está a convocar instituições científicas de todo o mundo para estabelecerem um consórcio colaborativo de investigação aberta para cada família de agentes patogénicos, que trabalhará em colaboração com um centro da OMS.
O trabalho que sustenta o relatório apresentado no Brasil envolveu mais de 200 cientistas de mais de 50 países, que avaliaram o conhecimento e as provas sobre 28 famílias de vírus e um grupo central de bactérias, abrangendo 1.652 agentes patogénicos.
O risco epidémico e pandémico foi determinado tendo em conta a informação disponível sobre os padrões de transmissão, a virulência e a disponibilidade de testes de diagnóstico, vacinas e tratamentos.
A OMS propõe utilizar protótipos de agentes patogénicos (os que já são conhecidos) como guias para desenvolver conhecimento sobre famílias inteiras de agentes patogénicos e explorá-los na procura de novos que possam causar uma nova pandemia.
Estes agentes patogénicos são encontrados principalmente em lugares do mundo com elevada biodiversidade e são pouco estudados e monitorizados porque a comunidade científica local não dispõe de infraestruturas ou recursos para o fazer.