Segundo o relatório “Healthy & Sustainable Living“, resultado da parceria entre a consultora Natural Business Intelligence e a multinacional GlobeScan, a pobreza extrema no mundo é a principal preocupação dos portugueses.
Este relatório tem uma periodicidade anual, e pela primeira vez inclui os dados de Portugal.
Entre os 10 problemas globais que mais preocupam os portugueses, oito estão relacionados com questões ambientais
Se no conjunto dos países em estudo a pandemia de covid-19 surge como a principal preocupação invocada, em Portugal é apenas o 12º tema mencionado, atrás da exploração dos recursos naturais, das alterações climáticas, da poluição da água e da sua escassez, da poluição do ar, dos resíduos plásticos descartáveis ou da falta de acesso a cuidados de saúde.
Segundo o inquérito, os portugueses consideram-se envolvidos na preservação ambiental e manifestam atitudes ambientais positivas, mais do que se verifica na média dos restantes países considerados, mas quase metade acredita que individualmente não se pode fazer muito para salvar o ambiente e existe um sentimento de impotência no que toca às ações individuais.
Apesar dessa perceção, 83% dos portugueses inquiridos entendem que é necessário consumir menos para preservar o meio ambiente para as gerações futuras, 82% querem reduzir muito o impacte que têm sobre a natureza e 75% responderam estarem a fazer o que podem para proteger o meio ambiente.
Entre os 18 e os 24 anos, é onde se sente mais culpa pela pegada ecológica (58%) e é também a que se sente melhor sobre o seu comportamento relativo à reciclagem.
O relatório indica também que os portugueses manifestam-se dispostos a mudar para estilos de vida mais saudáveis e sustentáveis, mas Portugal está abaixo da média global nessa aspiração relativamente tanto a uma vida mais saudável (51%), como para uma mudança mais amiga do ambiente (40%) ou quanto a uma postura que seja mais útil aos outros (38%).
Apesar de terem manifestado interesse em mudar o seu estilo de vida, essas alterações operadas não são tão significativas, tendo 18% feito mudanças com vista a uma vida mais saudável e 15% mudado comportamentos para serem mais ambientalmente responsáveis.
Entre os comportamentos quotidianos sustentáveis, 85% dos inquiridos responderam que utilizam os seus próprios sacos para fazer compras, 61% evitam comprar produtos que prejudicam o meio ambiente, 57% evitam itens de plástico não reutilizáveis e 54% procuram não comprar produtos com muita embalagem.
Os dados foram obtidos por inquérito online, realizado entre junho e julho de 2021, a cerca de mil participantes, de diferentes gerações, com rendimentos diversos e residentes em cidades, vilas e aldeias.