17 de dezembro de 2018 Os centros de saúde e os municípios de cinco concelhos do norte do distrito de Lisboa estão a implementar academias para cidadãos que, por indicação médica, necessitam de praticar desporto e reduzir o risco de doenças.
O programa, considerado inovador no país, procura «responder à necessidade de reabilitar e aumentar a mobilidade e autonomia das pessoas», promovendo a saúde e prevenindo o risco de doenças, explicou à agência “Lusa” António Martins, diretor do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Oeste Sul, ao qual pertencem os centros de saúde do Cadaval, Lourinhã, Mafra, Sobral de Monte Agraço e Torres Vedras.
A primeira Academia da Mobilidade arrancou em 2017 na Lourinhã, estendendo-se depois ao Sobral de Monte Agraço.
No Cadaval e Torres Vedras, os respetivos municípios e centros de saúde estabeleceram parcerias nesse sentido nas últimas semanas, juntando-se Mafra, onde o protocolo é assinado hoje. As três academias começam a funcionar em pleno em janeiro.
«A prática do exercício físico ou atividade física regular é fundamental para prevenir doenças que são fatais, como as doenças cardiovasculares, diabetes, o excesso de peso e até mesmo o sedentarismo», frisou o ACES Oeste Sul.
Dados do Instituto Ricardo Jorge indicam que 38,9% da população tem excesso de peso e 28,7% é obesa. Portugal tem também um elevado consumo de antidepressivos.
O programa destina-se a utentes destes centros de saúde que possuam grau de dependência ligeira a moderada ou patologias cardiovasculares, respiratórias, metabólicas, osteoarticulares, neurológicas, depressão ou excesso de peso e que sejam referenciados pelo médico de família.
«As academias não são propriamente ginásios», advertiu, contudo, o responsável, esclarecendo que a frequência da academia decorre apenas durante seis meses, como primeiro incentivo para os cidadãos começarem a praticar desporto de forma autónoma.
Cada academia tem três sessões semanais, entre 30 e 60 minutos de duração, cada uma com capacidade para 15 a 20 participantes, acompanhados por técnicos.
Além do exercício físico, as academias incentivam os participantes a adotarem a dieta mediterrânica, mais saudável.
As câmaras municipais e os centros de saúde destes concelhos dividem entre si as despesas de contratação dos técnicos e dos seguros de todos os participantes.
O ACES Oeste Sul pretende, no futuro, alargar o programa a crianças e jovens com problemas de excesso de peso, já que, apesar de estar a decrescer, a obesidade infantil afeta 11,7% das crianças em todo o país. |