OE2023: Ministro diz que não está “excessivamente preocupado” com impacto da inflação no orçamento da Saúde 972

O ministro da Saúde afirmou esta terça-feira (8) que não está “excessivamente preocupado” com os efeitos do aumento da inflação no orçamento da Saúde, alegando que o essencial do impacto ocorreu já este ano.

“Eu diria que não estou excessivamente preocupado com o efeito da inflação sobre o orçamento para 2023, mas vivemos num cenário de incerteza que não nos permite ter uma resposta cabal para esta circunstância”, disse Manuel Pizarro durante uma audição nas comissões parlamentares de Orçamento e Finanças e de Saúde, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2023, adiantando que o “essencial do impacto da inflação nos custos da saúde já ocorreu em 2022”.

“Sendo este um orçamento que tem como base o orçamento executado em 2022, eu não espero que haja, nesta matéria, impacto significativo”, disse Manuel Pizarro, em resposta às questões colocadas pela deputada da Iniciativa Liberal Joana Cordeiro.

Segundo Manuel Pizarro, em algumas das rubricas da despesa do orçamento da Saúde, como os meios complementares de diagnóstico e terapêutica, os dispositivos médicos e os medicamentos, o Governo tem “espaço para uma negociação mais intensa” com a indústria.

“Vamos executar um programa acentuado de redução da dívida e temos a expectativa de que resulte em alguns ganhos”, afirmou Manuel Pizarro. O ministro da Saúde considerou ainda que a inflação prevista para o próximo ano “é muito determinada por um cabaz inflacionista” que não tem uma repercussão no sistema de saúde na mesma proporção. “Nós temos aumento de gastos na energia, mas não temos a percentagem que corresponde ao cabaz normal do aumento de custos”, disse.

Questionado pelos deputados, o ministro da Saúde admitiu ainda a possibilidade de, nas negociações em curso com os diversos profissionais do setor, algumas revisões de carreira serem pagas já este ano e não terem impacto no aumento da despesa sobre o orçamento de 2023.

“Nós temos um conjunto vasto de negociações em curso. Até pode haver algumas revisões de carreiras que já sejam pagas em 2022 e que não tenham nenhum impacto no aumento da despesa sobre o orçamento de 2023”, disse Manuel Pizarro.

“Nós não fechamos essa hipótese. Nós estamos mesmo a trabalhar intensamente com os sindicatos e é possível que alguns dos acordos tenham execução cabal em 2022, como se tratasse de um ano inteiro”, acrescentou.