Obesos esperam, em média, 16 meses entre consulta e cirurgia 1495

Em 2017, o tempo médio de espera para consulta de obesidade foi de oito meses, enquanto a o tempo entre consulta e cirurgia atingiu uma média de 16 meses desde, concluem os dados da Entidade Reguladora da Saúde.

«No conjunto de hospitais, o tempo médio de espera em 2017 correspondeu a oito meses, com uma tendência de acréscimo face ao ano anterior na maioria dos hospitais e a nível nacional», revela o estudo hoje divulgado, “Cuidados de saúde prestados no SNS na área da obesidade”, ao qual a agência “Lusa” teve acesso.

Analisou-se os tempos de espera dos utentes que ainda se encontram em lista de inscritos para cirurgia. A ERS verificou um «elevado incumprimento» dos Tempos Máximo de Resposta Garantidos (TMRG) em nove hospitais em 2018, ano em que 40% dos utentes continuavam a aguardar para serem operados.

Relativamente ao cumprimento TMRG para cirurgia, apenas sete hospitais, em 2015 e 2016, e cinco hospitais em 2017, apresentaram um valor de incumprimento para utentes operados abaixo dos 10%.

A entidade menciona que diversos hospitais do SNS lhe têm transmitido que «a carência de profissionais de saúde, em particular anestesistas, tem vindo a impactar negativamente na sua capacidade de resposta para realização de cirurgias». As conclusões indicam que o Hospital de Évora é o que apresenta o maior número de utentes por cirurgião (140 utentes), seguido do Hospital de Guimarães (136), do Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (119), Centro Hospitalar Baixo-Vouga (93) e o Centro Hospitalar Lisboa Norte (86).

«Verifica-se uma elevada taxa de incumprimento dos tempos máximos de resposta garantidos definidos na Lei, quer em consultas hospitalares, quer em cirurgias de obesidade, por parte dos hospitais do SNS, devendo destacar-se que a área da obesidade apresenta nesta matéria o pior desempenho relativo, quando comparada com outras especialidades», fez notar a ERS.

A Entidade Reguladora da Saúde conclui que «a grande maioria dos concelhos de Portugal continental tem um nível de acesso baixo a cirurgias de obesidade».