Obesidade abdominal nas crianças deve ser medida nas consultas de rotina 570


11 de junho de 2018

A medição da obesidade abdominal nas crianças devia ser incluída nas consultas médicas de rotina, recomenda um estudo publicado na Acta Médica Portuguesa.

 

«A prevalência da obesidade, incluindo abdominal, é elevada nas crianças portuguesas», refere o estudo, embora reconheça que parece ter havido uma estabilização nos últimos anos.

 

O estudo, que avaliou 793 crianças dos 6 aos 10 anos da zona centro de Portugal, verificou que 8,2% das que tinham peso normal registavam obesidade abdominal. Entre as crianças com excesso de peso, quase 60% apresentava obesidade abdominal.

 

Dado que várias crianças não obesas apresentam valores elevados de obesidade abdominal, os autores do estudo indicam que a medição da relação cintura/altura deve ser incluída em consultas médicas de rotina, «de modo a permitir uma melhor avaliação do estado da saúde da criança».

 

Isto porque a obesidade abdominal surge associada a fatores de risco de doenças cardiovasculares e metabólicas e apenas pode ser detetada caso se faça a medição do perímetro abdominal, que não é comum nem rotina nas consultas com crianças.

 

O artigo da Acta Médica, revista científica da Ordem dos Médicos, aponta para uma prevalência de excesso de peso, incluindo obesidade, de 21,9% das crianças avaliadas.

 

«A obesidade abdominal em crianças tem aumentado a ritmo alarmante, mas esse indicador não é avaliado em consultas médicas de rotina», indica o estudo, publicado na Acta Médica de março.

 

Dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) indicam que a prevalência de excesso de peso e de obesidade infantil diminuíram entre 2008 e 2016. Ainda assim, os dados nacionais apontam para cerca de 30% de crianças com peso a mais.