O que comem os jogadores da Seleção Nacional de Futebol? 361

O Desporto dominou grande parte das conversas deste verão. Ora pelo Euro, ora pelos Jogos Olímpicos, os portugueses vibraram com as delegações nacionais e voltaram a testemunhar as potencialidades surpreendentes que muito treino e dedicação trazem para um atleta. A seu lado, longe dos holofotes, estiveram muitos profissionais qualificados para os ajudar a alcançar a sua melhor condição física e mental. É o caso de Rodrigo Abreu, o “nutricionista dos campeões”.

Depois de um período intenso na Alemanha, onde acompanhou a Seleção portuguesa no Campeonato Europeu de Futebol Masculino, o nutricionista Rodrigo Abreu revela à VIVER SAUDÁVEL (VS) que a equipa conta com refeições “relativamente simples, uma vez que os jogadores têm hábitos e rotinas bem definidos”, e que as ementas modulares asseguram os nutrientes necessários.

“Há sempre um prato de carne e peixe, assim como outras fontes proteicas no buffet frio. As opções de hidratos de carbono são ajustadas em função da proximidade ao jogo, e podem incluir acompanhamentos como arroz, batata-doce, quinoa e, naturalmente, diferentes tipos de massa”, acrescenta. Frutas, verduras e, sobretudo, muita água (“a bebida de eleição dos jogadores”) fazem parte das opções disponibilizadas, a que se juntam infusões aromatizadas. Quanto a pratos preferidos, revela que os jogadores apreciam salmão gralhado com batata-doce e brócolos, frango grelhado com salada de tomate ou arroz de tamboril.

Independentemente do menu, existe uma noção-chave: “os atletas de elite têm necessidades energéticas e de determinados nutrientes muito elevadas, o que faz com que, por exemplo, necessitem comer muito mais hidratos de carbono que a maioria de nós”.

No entanto, este cenário é “perfeitamente” compatibilizado com os princípios da dieta mediterrânica, exemplifica, ao mencionar o peixe, as leguminosas (“no prato e em sopas, aliás, muito apreciadas”), ou no elevado consumo de saladas e hortaliças, temperadas maioritariamente com azeite. O convívio à volta da mesa, “outro legado da dieta mediterrânica, é algo muito fomentado durante os estágios da Seleção”.

O bichinho pelo desporto

Para Rodrigo, a Nutrição Desportiva não foi senão uma “consequência natural” dos seus gostos que aliavam a prática desportiva, a cozinha e o prazer de comer. Fascinou-o a “ideia de podermos afinar os nossos hábitos para melhorar o desempenho”, pelo que este foi o seu caminho até ao doutoramento em Nutrição Clínica precisamente no âmbito do futebolista de elite, uma experiência “muito gratificante”.

O também cronista da VS trabalha há quase 10 anos com as nossas Seleções, com quem viveu de perto “tantas conquistas significativas no futebol, futsal e futebol de praia, masculino e feminino”.

“A Nutrição é um pilar do alto desempenho humano” é um dos artigos especiais da próxima edição da revista VIVER SAUDÁVEL, afeta aos meses de setembro e outubro, já disponível. Conheça mais sobre o trabalho de Rodrigo Abreu e de Cláudia Minderico, a nutricionista de Portugal nos Jogos Olímpicos de Paris.