O papel do leite como aliado no combate à Obesidade infantil 2568

A obesidade é um dos principais problemas de saúde das crianças no mundo ocidental. As crianças com excesso de peso e obesidade têm uma maior probabilidade de se tornarem adultos obesos e de desenvolverem várias complicações de saúde, como por exemplo, diabetes e doença cardiovascular.

 

LÁCTEOS ALIADOS DA GESTÃO DE PESO DAS CRIANÇAS

O consumo de leite e produtos lácteos durante a infância parece promover uma melhor gestão de peso/adiposidade das crianças.

Um estudo de revisão, publicado recentemente na revista “Nutrition Research Reviews”, concluiu que o consumo de leite e produtos lácteos parece ter um efeito neutro ou favorável no peso e composição corporal das crianças.[1]

Também uma meta-análise, publicada na “Advances in Nutrition”, concluiu que as crianças e adolescentes com idade entre os 6-18 anos, que consomem leite e produtos lácteos, têm maior probabilidade de alcançar um fenótipo corporal “magro”.[2]

 

OBESIDADE INFANTIL E AÇÚCARES

Os açúcares não são todos iguais. O termo “açúcares” abrange os açúcares naturalmente presentes e os açúcares adicionados aos alimentos. Para os açúcares naturalmente presentes nos alimentos,

como é o caso dos açúcares do leite, das frutas e dos vegetais, não existe evidência de efeitos adversos decorrentes do seu consumo.[3] A lactose é o açúcar naturalmente presente no leite e, para além de ser uma fonte de energia, parece melhorar a biodisponibilidade do cálcio. [4,5]

Contrariamente, a evidência existente para os açúcares adicionados aos alimentos leva a Organização Mundial de Saúde (OMS) a recomendar a redução do seu consumo. O seu consumo excessivo

está associado ao excesso de peso e obesidade, bem como a um maior risco de doenças não transmissíveis (exemplo da diabetes mellitus tipo 2 e da doença cardiovascular) e com o desenvolvimento de cáries.

A OMS [3] recomenda, tanto para os adultos como para as crianças, um consumo de açúcares adicionados (açúcares livres*) inferior a 10% do valor energético total (VET) e, idealmente, inferior a 5% do VET. E a European Society for Paediatric Gastroenterology Hepatology and Nutrition (ESPGHAN)[6] recomenda um valor máximo de 5% do VET para as crianças e adolescentes (dos 2 aos 18 anos).

Em Portugal, as crianças a partir dos 5 anos e os adolescentes são os grupos da população que mais ingerem açúcares adicionados (e açúcares livres*) e os que menos cumprem as recomendações da OMS e ESPGHAN.[7]

 

CNAM DESENVOLVE O “PROJETO DE REDUÇÃO DOS AÇÚCARES”

O Centro de Nutrição e Alimentação Mimosa (CNAM) acompanha com atenção o tema dos açúcares e entende que é uma oportunidade para melhorar o perfil nutricional dos produtos, tendo desenvolvido

um projeto transversal de melhoria dos perfis nutricionais nos seus produtos. A redução de açúcares, de forma gradual e continuada, é a sua vertente mais expressiva, especialmente nos produtos destinados às crianças e jovens.

Nenhuma das reformulações do “Projeto de Redução dos Açúcares” recorreu a edulcorantes.

O CNAM está convicto que, a par da redução de açúcar, é importante reduzir também a doçura. Além do benefício imediato da redução de açúcar, dá-se oportunidade de educar o paladar para perfis de doçura menos doces, especialmente em idades mais jovens em que as preferências alimentares estão a ser construídas. Nesse sentido, o objetivo do CNAM é continuar a evoluir gradualmente na redução da quantidade de açúcar e na perceção de doçura.

* Açúcares livres incluem os mono e dissacáridos adicionados aos alimentos e bebidas pela indústria alimentar, pelos manipuladores de alimentos ou pelos consumidores, e os açúcares naturalmente presentes no mel, xaropes, sumos de fruta e concentrados de sumo de fruta.
[in Guideline: Sugars intake for adults and children. Geneva: World Health Organization; 2015]

Conteúdo patrocinado pelo CNAM.

 

[1] DOUGKAS A. et al. A critical review of the role of milk and other dairy products in the development of obesity in children and adolescents. Nutr Res Rev. 2019 Jun;32(1):106-127. doi: 10.1017/S0954422418000227.
[2] KANG K. et al. Effects of Milk and Milk-Product Consumption on Growth among Children and Adolescents Aged 6-18 Years: A Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials. Adv Nutr. 2019 Mar1;10(2):250-261.
[3] Guideline: Sugars intake for adults and children. Geneva: World Health Organization; 2015.
[4] HESS J.M. et al. Dairy Foods: Current Evidence of their Effects on Bone, Cardiometabolic, Cognitive,and Digestive Health. Comprehensive Reviews in Food Science and Food Safety Vol.15,2016.
[5] KWAK H.S. et al. Revisiting lactose as an enhancer of calcium absorption. International Dairy Journal 22 (2012) 147-151.
[6] ESPGHAN Committee on Nutrition. Sugar in Infants, Children and Adolescents: A Position Paper of the European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology and Nutrition Committee on Nutrition.
J Pediatr Gastroenterol Nutr. 2017 Dec;65(6):681-696. doi: 10.1097/MPG.0000000000001733.
[7] MARINHO A.R. et al. Total, added and free sugar intakes, dietary sources and determinants of consumption in Portugal: the National Food, Nutrition and Physical Activity Survey (IAN-AF 2015-2016).Public Health Nutr. 2019 Sep 5:1-13. doi: 10.1017/S1368980019002519.