Depois de ver aprovadas, no Parlamento, as propostas do PSD, Partido Ecologista, Os Verdes e PAN, que recomendam ao Governo a adoção de medidas de prevenção e de combate à obesidade, Alexandra bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas (ON), declarou, em entrevista à TSF, que espera que algumas iniciativas sejam tomadas rapidamente, alertando para a falta dos recursos humanos necessários no Serviço Nacional de Saúde.
“O número de nutricionistas nos cuidados de saúde primários é manifestamente insuficiente”, garantiu Alexandra Bento, acrescentando: “A crueza dos números fala por si”.
Entre as medidas aprovadas no Parlamento encontram-se a comparticipação dos medicamentos usados no combate à obesidade, o aumento das consultas de acompanhamento no SNS, nomeadamente de nutrição e psicologia, ou o aumento do tempo dedicado à prática de atividade física nas escolas.
Contudo, confirme alertou a bastonária, nos cuidados de saúde primários há pouco mais de uma centena de nutricionistas e “o número mínimo necessário seria cerca de 900″.
Alexandra Bento recordou, ainda, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) já há uma década considera a Obesidade uma pandemia e que, em Portugal, quase 17% da população portuguesa adulta é obesa, situação que tem vindo a piorar desde o inquérito de 2005. Em relação às crianças registou-se uma ligeira melhoria (a incidência, embora ainda sendo alta, desceu de 15 para 12%).
No entanto, Alexandra Bento teme os efeitos da pandemia, depois de o confinamento aumentar os níveis de sedentarismo, referindo o inquérito feito pela Direção Geral de Saúde durante o primeiro confinamento: ” 5% da população dizia ter mudado os seus hábitos alimentares, mas 42% considerava que tinha sido para pior. Não é difícil percebermos que comer pior e mexer menos se irá refletir na balança.”