Um estudo realizado por especialistas do Centro Johns Hopkins para um Futuro Habitável, constataram que as dietas em que a carne, peixe e laticínios são consumidos só uma vez por dia deixam uma pegada mais pequena nas mudanças climáticas e fontes de água do que uma dieta vegetariana que inclua leite e ovos (ovolactovegetariana).
Estes resultados têm em conta que de modo a conseguir leite, manteiga e queijo da criação de vacas leiteiras requer grandes quantidades de energia e território, bem como fertilizantes e pesticidas, o que liberta gases de estufa que estão a aquecer o planeta.
O estudo descobriu que produzir 454 gramas de carne de vaca no Paraguai contribui 17 vezes com mais gases de estufa do que fazer o mesmo na Dinamarca. Isto deve-se à desflorestação existente na América Latina para criar pastagens para o gado.
A produção de uma dose de carne de vaca emite 115 vezes mais gases de efeito de estufa do que os frutos secos, e 40 vezes mais do que a soja.
Tendo em conta este mesmo aquecimento, são cada vez mais os cientistas que aconselham que se mude para uma dieta com base em plantas para evitar as mudanças climáticas e reduzir a desflorestação, visto que a produção de carne vermelha necessita de muito território.
Lembrar que, segundo as Nações Unidas, a agricultura, a indústria florestal e outras atividades de exploração do solo foram as responsáveis por quase um quarto das emissões de gases de estufa provocadas pelo Homem entre 2007 e 2016.
Este estudo indica também que em países onde dominam os rendimentos mais baixos e médios, os cidadãos costumam precisar de comer mais proteína animal para uma nutrição adequada. Isto significa que as emissões poluentes e uso de água nos países mais pobres precisariam de aumentar, para reduzir a fome e a malnutrição. Ao mesmo tempo, os países mais ricos deviam reduzir o seu consumo de carne, laticínios e ovos.
Outra das conclusões tiradas refere-se a dietas que incluam insetos, pequenos peixes e moluscos, que têm um impacto tão pequeno quanto o das dietas veganas (que exclui tudo o que seja de origem animal da alimentação e vestuário). Contudo, os cientistas consideram que as primeiras são mais nutritivas.
Este estudo teve como base nove dietas diferentes, assim como as emissões de gases de estufa e o uso de água de cada uma.
Esta análise foi feita a 140 países, e a conclusão aplicou-se a 95% dos países.