Excesso de informação na Nutrição: afinal quem está certo? 1296

Nos dias de hoje, a informação sobre qualquer tema que nos suscite interesse ou que seja alvo de dúvidas encontra-se à distância de uma página de internet. Num computador ou até num smartphone, basta inserir um conjunto de palavras e em breves segundos obtemos inúmeras páginas que contêm a informação tão desejada.

Mas a preocupação central é que esta situação já chegou à área da nutrição e alimentação. Não escapou ao Dr. Google, diriam alguns autores. São muitos os casos em que somos confrontados com situações em que o especialista ou nutricionista é erradamente substituído por uma página de internet. Podemos dizer que esta substituição já foi mais longe como é o caso de aplicações de smartphone que reduzem a nutrição de um individuo a contagem de calorias consumidas, a cálculos de índice de massa corporal e a aplicação de planos alimentares pré-definidos, sabendo nós que o plano alimentar tem uma estrutura, objetivo e propósito diferente para cada individuo.

Esta crónica procura a reflexão de todos… será que toda a informação disponibilizada e encontrada é confiável e credível? Infelizmente, não é. Após a busca da dieta que fará emagrecer em 15 dias, vem o chá milagroso e, depois disso, o top de 5 alimentos que nunca devem  ser consumidos. Está finalmente instalada a ilusão. A pesquisa em si não é o problema, mas sim as fontes e os autores do conteúdo. Penso que todos já entraram em algum blogue de um autodidata que ambiciona dar consultas de nutrição através dos posts que partilha. São muitos os falsos especialistas que escrevem em blogues, em páginas de redes sociais e em algumas revistas ou que, por outro lado, vão até a um programa de televisão apregoar o quão bom o seu produto é.

Durante as pesquisas é importante procurar de onde foi retirada a informação, quem a escreveu ou quem a tratou, uma vez que a perspetiva individual dessa pessoa pode alterar todo o conteúdo. Todos os dias a área da nutrição e alimentação sofre alterações e/ou atualizações e o que era verdade há cerca de 10 anos pode ter sofrido alteração, por isso, é relevante que se tenha este aspeto em consideração.

Por outro lado, é importante lembrar que aquele post tão apelativo pode consistir numa forma de publicidade para comercialização ou divulgação de serviços baseados em informações leigas e não científicas.

Rita M. Oliveira e Raquel Freitas,

Direção ANEN