Segundo a AGROBIO (Associação Portuguesa de Agricultura Biológica) em Agricultura Biológica, não se recorre à aplicação de pesticidas de síntese sobre as culturas, nem adubos químicos de síntese, nem ao uso de organismos geneticamente modificados. Os pesticidas de síntese são proibidos, salvo raras exceções, quando a combinação dos métodos preventivos aplicados não é suficiente. Refere também que, desta forma, é garantido o direito à escolha do consumidor, salvaguardando a sua saúde ao evitar resíduos químicos nos alimentos. Em relação à produção animal biológica, esta pauta-se por normas de ética e respeito pelo bem-estar animal, praticando uma alimentação adequada de forma a facultar condições ambientais que permitam expressar os seus comportamentos naturais, sem recorrer ao uso de hormonas nem antibióticos como promotores do seu crescimento. Os alimentos cada vez mais processados e aditivados com produtos químicos podem ser uma das causas do surgimento de doenças crónicas. Numa sociedade em que cada vez mais cresce a vontade pela prática da atividade física, a preocupação com a saúde e a adoção de um estilo de vida saudável, surge um aumento exponencial da procura por estes produtos biológicos, à priori uma opção mais saudável. Não só devido às suas características mais nutritivas, mas também pelo facto de se tratar de um modo de produção ambientalmente sustentável a população cada vez mais opta por estes alimentos. Seja por motivos de saúde, razões ambientais, devido ao sabor e diversidade que os produtos apresentam, o que é facto é que eles estão a dominar o mercado. São diversos os estabelecimentos dedicados ao retalho de produtos biológicos, e Portugal está a dar passos cada vez mais largos nesse sentido. Este mercado está a crescer não só por todo o país, mas também por toda a Europa. O preço destes alimentos continua a ser um impedimento para uma grande parte da população, mas ainda assim, a procura continua a ser superior à oferta, e Portugal ainda apresenta níveis de produção agrícola biológica muito baixos. Esta crescente deve-se sobretudo ao incentivo dos consumidores que demonstram grande interesse em ter produtos biológicos acessíveis.
Rafael Torres e Patrícia Rodrigues,
Direção da ANEN |