Os “nutricionistas têm de ser profissionais robustos” na comunicação em saúde, potenciado uma maior literacia da população, defende Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas (ON).
Em entrevista à APIFARMA, a bastonária afirma que “de nada vale ter dispositivos fortes com muita informação” se depois os cidadãos “não a compreendem”. Para a responsável, é importante fazer chegar uma informação de qualidade ao grande público, sendo necessário que este ganhe aptidões para saber “descortinar uma fonte de informação fidedigna” de outros conteúdos que, particularmente nas redes sociais, possam ser incorretos.
Alexandra Bento deixa uma “nota muito importante” para os profissionais de saúde: devem “ter conhecimentos em termos de comunicação de saúde”. Lembrando que cada vez mais as escolas de nutrição apostam nesta matéria, a bastonária explica que “o jargão da saúde é, às vezes, linguagem que não é compreensível”. Por isso, instituições e profissionais do setor devem “passar uma informação que é simples, sem ser simplista”.
Relativamente à literacia alimentar e nutricional dos portugueses, Alexandra Bento refere não existirem estudos com a robustez necessária para avaliar os seus nível na população, apesar de “alguns dados indiretos permitirem ver que o cenário é semelhante ao da literacia em saúde”. Caso da leitura dos rótulos alimentares, que “40% da população tem dificuldade” em perceber e em “escolher produtos adequados à sua saúde”.
Neste sentido, defende que se adote um descodificador que consiga facilitar a compreensão do valor nutricional, que “operadores e indústria alimentar pedem” e onde “o Estado, o país , o Governo não tem andado bem, pois tem demorado muito a tomar uma decisão que é necessária”. Ao escolher melhor o que se come, fazem-se “melhores escolhas para a saúde, ganha o próprio e todos, ganha o país ao ter uma população mais saudável”, conclui.
Aceda aqui à entrevista de Alexandra Bento à APIFARMA.