19 de janeiro de 2018 A bastonária da Ordem dos Nutricionistas congratulou-se hoje com a redução de 5.500 toneladas de açúcar, graças à taxação das bebidas açucaradas, e pela reformulação de alguns alimentos que a tutela se prepara para acordar com a indústria. Alexandra Bento reagia desta forma ao anúncio da diminuição de 5.500 toneladas de açúcar no consumo dos portugueses em 2017, devido à taxa das bebidas açucaradas, avançado pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, em entrevista à agência “Lusa”. O governante revelou ainda que está em preparação um acordo com a indústria para a reformulação de produtos como cereais, tostas ou batatas fritas. «O consumo excessivo de açúcar é um dos erros alimentares dos portugueses», referiu a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, para quem a taxa do açúcar é «uma medida bem projetada» e que já está a dar frutos. Além da redução do consumo de bebidas mais açucaradas, a medida resultou ainda na angariação de 80 milhões de euros que serão aplicados no pagamento de dívidas do setor. «Estes resultados dão-nos vontade de continuar o trabalho e isso não quer dizer apenas mais taxação de produtos alimentares, mas antes um trabalho com a indústria, sem taxas, na reformulação dos produtos», adiantou. Na mira do governo estão três áreas: o açúcar, o sal e as gorduras, nomeadamente as trans (gorduras artificiais criadas pela indústria de alimentos). «Vamos colocar objetivos de redução anuais, de modo a que estejam alinhados com as boas práticas europeias», disse. Alimentos como cereais, refrigerantes, batatas fritas, sopas prontas a consumir, bolachas, iogurtes, leite com chocolate ou tostas deverão ser reformulados no seguimento deste acordo, explicou Fernando Araújo, adiantando que no acordo ficarão definidas as responsabilidades das partes que, no caso da indústria, será produzir alimentos com menos quantidades de sal e açúcar. «Vamos propor que seja elaborado um cabaz dos [alimentos] mais representativos. Nos cereais, por exemplo, vamos tentar perceber quais os que 80 % da população consome e depois, anualmente, iremos medir o açúcar (…) de modo a saber se estamos a conseguir reduzir a quantidade de sal e açúcar que ficar definido com acordo com a indústria», referiu. |