A nova tendência nas redes sociais tem sido comer carne crua apodrecida. Esta nova moda, a que deram o nome de “hight meat“, tem gerado vários tipos de reações. Há quem diga que a experiência é única, contudo os especialistas alertam para os vários riscos na saúde.
Esta tendência consiste em deixar carne crua fora do frigorífico ou congelador, durante muito tempo, permitindo que ela chegue a um estado de decomposição avançado, para depois ser consumida.
O nome “hight meat” foi escolhido devido à alegada sensação de euforia que as pessoas experienciam depois de o fazerem.
Mas o consumo de carne crua não é novidade. A carne crua foi consumida durante muitos anos, até à descoberta do fogo e das técnicas para cozinhar, e mesmo depois, o consumo de carne crua permaneceu. Hoje em dia, existem pratos crus muito valorizados, como o steak tartare, por exemplo.
O problema que existe com o “high meat“, é o seu consumo quando a carne apodrece dando espaço a bactérias prejudiciais para a saúde. Ao contrário, por exemplo da fermentação da carne, uma técnica que existe para transformar o estado da carne, mas sem abrir espaço para a existência de bactérias. A carne seca é um bom exemplo da prática de ressecamento, fazendo uso do sal.
O problema surge quando a carne é deixada apodrecer, sem nenhuma técnica que previna a proliferação de bactérias.
E que problemas pode causar comer carne crua apodrecida? Para a Dra. Sarah Jarvis, Diretora Clínica do Patientaccess.com, em declarações ao jornal “Sun”, no mínimo, comer carne podre traz o risco de causar percevejos estomacais.
“Na pior das hipóteses, pode causar doenças graves – fortes dores de barriga, vómitos, diarreia e desidratação”, acrescentou.
Já Naras Lapsys, médico nutricionista, dietista e especialista em saúde gastro-intestinal, em entrevista ao Vice, explicou de onde poderia vir esta sensação de euforia descrita pelas pessoas, sugerindo que pode ter a ver com uma série de bactérias presentes na carne crua.
“Se deixarmos [a carne] de fora durante dias ou até meses ou anos, quem sabe que tipos [de bactérias] se vão desenvolver, e algumas dessas bactérias podem ter propriedades químicas que poderão deixar as pessoas alteradas, a alucinar, ou a sentir euforia”, explicou.
Lapsys referiu ainda que os casos mais sérios de intoxicações alimentares podem envolver diarreia, desidratação, ou mesmo provocar danos no intestino.