Enquanto competência exigente, a capacidade interativa entre os profissionais de Saúde e a população assume-se cada vez mais como uma necessidade a ter em conta. No Seminário “Comunicação para uma Alimentação Saudável e Segura”, promovido pelo Departamento de Alimentação e Nutrição (DAN) do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), no dia 23 de maio, foram atualizados conhecimentos.
Ana Duarte Melo, vice-presidente para a Comunicação do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS) da Universidade do Minho, realça que “a comunicação tem sido cada vez mais valorizada no âmbito da Saúde Pública”.
Mesmo assim, é importante continuar a apostar na relação informativa com a sociedade, uma vez que existe um conjunto de “crenças e comportamentos genericamente aceites que advém de uma cultura de anos de práticas”, pouco ou nada suportadas em factos científicos.
O próprio ato de nos alimentarmos acontece “todos os dias, quase sem pensar”, pelo que analisar estes atos culturais sistémicos e tomar decisões mais conscientes deverá fazer parte da missão do profissional de Saúde, nomeadamente do nutricionista.
“Não podemos olhar para a alimentação apenas de um aspeto nutricional, mas holístico” e suportado no contexto em que é praticada. Por exemplo, “as crianças que comem a olhar para ecrãs têm mais tendência para a obesidade”, o que sustenta a afirmação de que “não é só o que comemos, mas como comemos”.
A temática da sustentabilidade é um caso claro onde os nossos hábitos culturais e totalmente corriqueiros chocam com os nossos valores. “Devo escolher uma alimentação bio ou uma alimentação local? Todos temos preocupações, mas queremos comer bananas o ano inteiro e morangos em janeiro»”, exemplificou, para sustentar que “a alimentação implica escolhas de consumo”.
“Vivemos num ambiente de hiperestimulação», concluiu, reforçando a ideia de que, por isso, a comunicação “deve ser estratégica, relevante, adequada e comportamental”.
“Não há espaço para o cinzento ou o vazio” é um dos artigos da próxima edição da revista VIVER SAUDÁVEL, afeta aos meses de julho e agosto, a ser disponibilizada brevemente. Conheça mais especificidades a ter em conta pelo nutricionista nesta temática na sua revista profissional.
