Mortalidade prematura em Portugal “tem de ser corrigida”, diz Francisco George 868


29 de maio de 2018

O presidente da Cruz Vermelha e antigo diretor-geral da Saúde, Francisco George, alertou ontem para o número significativo de portugueses que não chega aos 70 anos, considerando que é um problema que tem de ser corrigido.

«Estamos perante este problema do envelhecimento, mas, antes disso, temos um problema de mortalidade prematura que tem de ser corrigida», afirmou Francisco George, que falava durante o Congresso Internacional sobre o Envelhecimento, que decorre em Coimbra.

Francisco George salientou que o organismo do ser humano «não está preparado para ser confrontado com a pastelaria de hoje».

«Temos os mesmos genes do Vasco da Gama», mas hoje há produção industrial de cigarros e um consumo de açúcar excessivo, notou, citado pela “Lusa”.

Segundo o antigo diretor-geral da Saúde, mais de 20% da população não festeja os 70 anos, realçando a quantidade de anos «potenciais de vida perdidos», em que as causas de mortes estão sobretudo relacionadas com o cancro e doenças cardio e cérebro-vasculares.

«Um em cada cinco portugueses não ultrapassa os 70 anos. Isto é grave. É um sinal que tem de ser corrigido», vincou, sublinhando que é fundamental seguir conselhos há muito defendidos: mais exercício físico, alimentação equilibrada e não fumar.

Francisco George referiu ainda que o envelhecimento «não é um fenómeno novo» na sociedade, sendo que «resulta das políticas públicas que foram sendo conduzidas nos últimos 100 anos».

«Os governantes não têm desculpa para dizer que estamos perante este problema e que não sabemos o que fazer. Sabemos é que se não fizermos nada teremos menos três milhões de portugueses, dentro de duas gerações», alertou.