A diabetes é a mais comum das doenças não transmissíveis, tendo a sua prevalência crescido em 88% de 2000 a 2009, constituindo um problema global de saúde pública. O principal método para monitorização diária da glicose em indivíduos diabéticos no seu dia-a-dia até há pouco tempo era a conhecida “picada no dedo” que implica picadas frequentes ao longo do dia e onde o doente necessita de se fazer acompanhar da “caneta” e das “tiras” para avaliar a sua glicemia, o que implica maior planeamento por parte do doente.
Os aparelhos de medição contínua da glicose (intersticial) funcionam através de um pequeno sensor que é colocado debaixo da pele (na barriga ou no braço) bastando encostar o aparelho ao sensor e ler o valor da glicemia no ecrã. Apesar do maior investimento inicial, estes aparelhos apresentam uma excelente relação custo-efetividade quanto aos seus efeitos a longo prazo na saúde tendo inclusive já vários trabalhos mostrado melhorias no controlo da diabetes tipo 1 e 2 revelando-se uma ferramenta segura e efetiva capaz de melhorar o controlo glicémico com redução dos valores de HbA1C e com diminuição do risco de hipo e hiperglicemia, resultando portanto numa melhoria da qualidade de vida.
Vantagens:
• Obter informações relativamente à glicemia durante o dia a qualquer momento, o que permite “estudar” respostas glicémicas à ingestão de diferentes alimentos em diferentes alturas do dia e ter uma perceção de como esta é influenciada pelo exercício físico permitindo, acima de tudo, identificar padrões que permitirão uma personalização do plano alimentar por parte do nutricionista;
• A utilização destes dispositivos parece levar a um maior número de medições (importante para melhor obter um “perfil glicémico” diário), sendo que a medição “por picada” parece raramente ultrapassar as 4-5 vezes diárias.
Esta invenção diz-nos que o “futuro glicémico” de pacientes com diabetes parece promissor, algo importante com vista a redução das complicações causadas pela doença.