A União Africana (UA) apelou esta sexta-feira aos governos dos seus Estados-membros para acelerarem o investimento e implementação de programas para melhorar a segurança alimentar em África, onde 61,4 milhões de crianças têm atrasos de crescimento devido a dietas insuficientes.
“Este deve ser o momento para a África e os seus líderes estarem à altura da ocasião e fornecerem soluções sustentáveis para a crise de desnutrição e fome”, disse o rei do Lesoto, Letsie III, no final de uma cimeira de três dias da UA na Costa do Marfim sobre segurança alimentar. Os líderes do continente assinaram a “Declaração de Abidjan”, na qual se comprometeram a reforçar a segurança alimentar nos seus países e a identificar e utilizar novas ações e estratégias.
O vice-presidente da Costa do Marfim, Tiémoko Meyliet Koné, salientou a urgência de agir o quanto antes. “Precisamos urgentemente de salvar vidas e oferecer melhores opções aos nossos mais jovens, que representam a esperança e o nosso futuro”, disse. “Não é normal que os africanos tenham fome ou estejam desnutridos. Precisamos de desenvolver as nossas capacidades internas para satisfazer as nossas próprias necessidades”, acrescentou o presidente da Comissão da UA, Moussa Faki Mahamat.
A organização reconheceu progressos, mas defendeu que estes não têm sido suficientes para fazer face aos problemas impostos. “Apesar dos progressos, a maioria dos países africanos ainda enfrenta um fardo triplo de desnutrição, uma vez que os atrasos no crescimento e o emagrecimento coexistem com a obesidade e doenças não transmissíveis relacionadas com a dieta, tais como acidentes vasculares cerebrais e diabetes”, disse a UA numa declaração.
De acordo com dados da organização pan-africana, cerca de 61,4 milhões de crianças em África sofrem atrasos no crescimento devido a dietas inadequadas e cerca de 10 milhões têm excesso de peso.