05 de junho de 2017 O cancro é uma doença que não é possível erradicar, embora seja tratável, defendeu ontem a diretora da Unidade da Mama do Centro Clínico Champalimaud, apontando como um dos desafios da investigação clínica a resistência de tumores aos tratamentos. Fátima Cardoso falava à “Lusa”, no final da sessão “Ciência e cancro: desafios para a investigação”, no encontro Ciência ’17, que decorre até hoje, no Centro de Congressos de Lisboa. «O cancro, como doença, não vamos conseguir eliminar», frisou, assinalando que se trata de «uma doença das células que se alteram». Para a médica, é possível viver com alguns cancros, tratá-los e matá-los. Mas a cura da doença, no sentido generalizado do termo, considera que não é possível. «São alterações nossas», no organismo, suscitadas, em grande parte, por «diversas agressões ao longo da vida», sublinhou, referindo que o cancro se tornou numa epidemia, não no sentido de doença infecciosa, porque não o é, mas devido ao «número de casos que não pára de aumentar». Segundo estatísticas citadas pela oncologista, em média uma em cada duas pessoas adultas poderá vir a ter um cancro nos próximos 15 anos. Como desafios para a investigação clínica, Fátima Cardoso elencou a resistência de certas células cancerígenas aos tratamentos e a terapêutica direcionada para cada tipo de doente, para que os tratamentos sejam mais eficazes mas menos tóxicos. |