Mais de 70% das crianças de 8 e 9 anos já consomem sal em excesso 418

18 de Março de 2016

Mais de 70% das crianças portuguesas, de oito e nove anos, e mais de 80% dos adolescentes, dos 13 aos 17 anos, consomem sal acima dos valores recomendados, com a Direção-Geral da Saúde a avisar que «a população mais jovem está em grande risco».

«O consumo de sal é uma guerra que temos de continuar a travar», declarou Pedro Graça, coordenador do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável, durante a apresentação do relatório “Portugal – Alimentação Saudável em Números 2015”.

Segundo o documento, na faixa etária dos sete aos oito anos, 74% dos meninos e 70% das meninas têm um consumo de sal inadequado. Dos 13 aos 17 anos, o nível de consumo excessivo de sal aumenta para 84%, nos rapazes, e para 72%, nas raparigas.

Globalmente, os níveis de consumo de sal melhoraram em Portugal, de 2006 a 2012, mas continua a ser o país europeu com consumo salino mais elevado, noticiou a “Lusa”.

Pedro Graça lembrou que 40% da população portuguesa tem hipertensão e que o consumo de sal na alimentação é um dos fatores de risco para doenças cérebro-cardiovasculares.

«Considera-se que a redução de sal é um assunto prioritário e que o excesso de consumo de sal é um importante problema de saúde pública. É por isso necessário definir metas de redução quantificáveis e monitorizáveis ao nível do consumo», indica o relatório apresentado ontem pela Direção-Geral da Saúde.

Segundo as recomendações da Organização Mundial da Saúde, considera-se como meta a atingir a redução do consumo de sal entre 3% a 4% ao ano, na população portuguesa, durante os próximos quatro anos, procurando alcançar um consumo diário de sal de cinco gramas per capita, a atingir até 2025.

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, disse que o Governo está a debater, com a associação que representa os restaurantes, formas para reduzir o sal na confeção dos alimentos.

«Do lado dos restaurantes tivemos uma enorme abertura. Estamos a aprofundar esse compromisso. Para que a restauração possa fazer esse caminho e as pessoas se habituarem, nos restaurantes, a comer com menos sal e levar isso para sua casa, fazendo igual», afirmou aos jornalistas Fernando Araújo, no final da apresentação do relatório da DGS.