Mais de dois mil alimentos vão ter menos sal, açúcar e ácidos gordos trans 4257

Esta quinta-feira a DGS assina o protocolo com a indústria alimentar para tornar mais saudáveis produtos habituais na alimentação dos portugueses, tais como iogurtes, cereais de pequeno almoço ou sumos.

Como avançado pelo site da “TSF”, são sete as associações representativas da grande maioria dos setores da indústria alimentar que se envolvem nesta medida e se comprometem a reformular produtos que os portugueses consomem diariamente: Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares, Associação Nacional dos Industriais de Gelados Alimentares, Óleos, Margarinas e Derivados, Associação Nacional Comerciantes Industriais Produtos Alimentares, Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios, Associação Portuguesa de Produtores de Flocos de Cereais e Associação Portuguesa de Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas.

Em causa nestes protocolos negociados pela DGS e iniciados em fevereiro de 2017, está a redução do sal, açúcar e ácidos gordos trans. Como informa o jornal “Público”, entre os mais de dois mil produtos afetados, estão batatas fritas, refeições prontas a consumir, cereais de pequeno-almoço, iogurtes, refrigerantes, néctares de fruta, aperitivos e pão.

As alterações foram negociadas ao abrigo do PNPAS, tendo o Ministério da Saúde chegado a acordo com as associações empresariais mencionadas, ligadas à restauração e à produção e distribuição alimentar. «Conseguimos assegurar que este processo vai implicar a reformulação dos produtos que representam pelo menos 80% do total de vendas de cada categoria», informou a responsável pelo programa, Maria João Gregório, ao “Público”.

Como meta até 2022 estaria a redução de 10% no açúcar dos alimentos de 10% no sal das batatas fritas e de 12% no das pizzas e dos cereais de pequeno-almoço. A quantidade de ácidos gordos trans ficará definida em função da quantidade de gordura de um alimento: dois gramas por cada cem gramas de gordura. No caso do pão, será alargado o entendimento estabelecido com as associações de panificação (um grama de sal por cem gramas de pão).

Ainda assim, ficam fora do acordo produtos como o fiambre, o queijo, as bolachas ou os biscoitos, por «questões tecnológicas de produção», que, explica Maria João Gregório, «fazem com que seja difícil para a indústrias destes sectores assumir um compromisso» dado como aceitável pela DGS. O segmento das bolachas e biscoitos é particularmente sensível por os alimentos à venda serem, em grande parte, produzidos no estrangeiro, dificultando a cobertura de 80% do mercado com qualquer acordo.

As previsões iniciais do Governo apontavam para uma baixa de 1.825 toneladas de sal e de 13 mil toneladas de açúcar por ano (o ano de 2016 como referência). Já o impacto no consumo de gordura trans «Não vai ser significativo». A responsável pelo PNPAS avança que provavelmente as metas não serão alcançadas, mas que os resultados «não serão muito distantes».