Maioria das bolachas e dos cereais de pequeno-almoço tem açúcar e sal acima do recomendado 1492

Num estudo realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a maioria das bolachas e dos cereais de pequeno-almoço tem níveis de açúcar e sal acima do recomendado pela Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS).

Este trabalho, intitulado como “Monitorização da energia e dos teores de açúcar e sal em cereais de pequeno-almoço e bolachas disponíveis no mercado português”, é relativo a 2019, e analisou a informação recolhida dos rótulos disponibilizados online por duas cadeias de supermercados, num total de 594 bolachas e 167 cereais de pequeno-almoço.

Os investigadores do Departamento de Alimentação e Nutrição (DAN) do INSA concluíram que “98,3% das bolachas e 89,2% dos cereais de pequeno-almoço estavam rotulados com teores de sal e/ou açúcar superiores aos desejáveis”.

“As medianas de valores encontrados para as bolachas foram de 470 kcal/100 g para a energia, de 25,0 g/100 g para o açúcar e de 0,7 g/100 g para o sal. Para os cereais de pequeno-almoço as medianas foram de 391 kcal/100 g para a energia, de 21,0 g/100 g para o açúcar e de 0,5 g/100 g para o sal. Comparando os valores obtidos com os valores preconizados na EIPAS, 98,3% das bolachas e 89,2% dos cereais de pequeno-almoço estavam rotulados com teores de sal e/ou açúcar superiores aos desejáveis”, indica o estudo.

Apenas 113 (19%) das bolachas analisadas cumprem a recomendação da EIPAS de teor máximo de açúcar de 5g/100g. E só 77 bolachas (13%) o fazem em relação aos valores máximos recomendados para a quantidade de sal. No caso dos cereais de pequeno-almoço, 25 (15%) estão dentro do valor recomendado de açúcar e 63 (37,7%) fazem-no em relação ao teor máximo de sal.

Ainda mais pequeno é o número de bolachas e de cereais de pequeno-almoço que cumprem em simultâneo os teores máximos de açúcar e de sal recomendados pela EIPAS. No caso das bolachas, são “apenas 10 (1,7%)” e, nos cereais, “apenas 18 (10,8%)”.

Porém, “demonstra que é possível atingir as metas propostas, pelo menos para algumas subcategorias destes produtos, e que é desejável uma reformulação progressiva pela indústria, tendo em consideração o elevado consumo destes alimentos”, indicam os investigadores.

Pode consultar o estudo aqui.