12 de junho de 2017 Segundo uma investigação realizada pelo “Observador”, no ano letivo passado o Estado gastou 7,5 milhões de euros em mais de 48 milhões de pacotes de leite. Muito deste leite é com chocolate, uma opção que não é bem vista pelos profissionais de saúde e por alguns dos encarregados de educação. O leite escolar respeita algumas regras e tem menos açúcar e chocolate do que o comercializado. Mas, para a pediatra Júlia Galhardo, ter menos açúcar não faz do leite escolar com chocolate um alimento saudável. «Habituamos os miúdos a beber leite com chocolate, com sabor a baunilha, com sabor a morango, com sabor a várias coisas. Qual é que é o problema do sabor do leite? Porque é que os miúdos já não podem beber leite que saiba a leite? Porque é que não podem beber água que não tenha sabor? A água tem de saber a qualquer coisa e o leite tem de saber a qualquer coisa. Não faz sentido», realçou a médica. De acordo com a investigação do “Observador”, há escolas que apenas oferecem leite com chocolate, como é o caso de uma escola na Bobadela, em Loures. Uma professora explica que «dão leite com chocolate, todos os dias, exceto quando o stock acaba». Os agrupamentos de escolas são responsáveis por encomendar o leite escolar de que necessitam tendo em conta as necessidades. Filinto Lima, presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, explicou ao “Observador”: «Tenho x alunos e calculo x pacotes por aluno e para uma certa época, tendo em conta que tenho de guardar num local fresco e seco e depois encomendo». No agrupamento escolar que dirige, em Vila Nova de Gaia, encomenda-se leite simples, leite com chocolate e leite sem lactose. Nos dois primeiros casos, a encomenda é feita com base nos gostos dos alunos. |