Leite com pesticidas pode aumentar risco de Parkinson 1004

11 de Dezembro de 2015

Um grupo de investigadores japoneses considera que o consumo de leite contaminado por pesticidas pode aumentar o risco de desenvolvimento de Parkinson.

Esta conclusão foi possível graças a um estudo que começou há mais de três décadas, no Havai, na sequência de um escândalo ambiental: um pesticida usado pelos produtores de ananás foi detetado no leite, através da alimentação das vacas.

Muitos dos participantes morreram entretanto e alguns doaram o cérebro à investigação, o que permitiu concluir que os homens que bebiam mais de dois copos de leite apresentavam redes de nervos mais finas nas regiões do cérebro afetadas pela doença de Parkinson, em comparação com aqueles que bebiam menos ou nenhum leite.

Além disso, 90% dos que bebiam mais leite tinham resíduos de um pesticida denominado heptacloro epóxido, contra apenas 63% dos outros.

Através da análise de 449 cérebros, Robert Abbott e a sua equipa, da Shiga University of Medical Science no Japão, concluíram que a acumulação de heptacloro epóxido ocorreu antes de as células serem danificadas, um sinal de que o químico era responsável por causar as alterações ligadas à doença de Parkinson, noticiou o “DN”.

O heptacloro epóxido, um pesticida usado no século passado, foi proibido no final dos anos 80.

Abbott admite que não é possível saber se o leite contaminado foi a fonte do heptacloro epóxido encontrado no cérebro dos homens, mas considera que é uma hipótese razoável.

O investigador adverte que a descoberta não significa que as pessoas que bebem mais leite estejam em risco. Apenas que vem reforçar a ideia de que «a dieta pode de facto ser importante no desenvolvimento de Parkinson».