O Governo japonês deu uma subvenção de 30,6 milhões de euros ao Programa Alimentar Mundial (PAM) para apoiar a segurança alimentar de 15 países da África Subsariana, anunciou esta quarta-feira a agência das Nações Unidas.
Segundo o comunicado do PAM, o “Japão tem sido sistematicamente um dos principais doadores”.
Burkina Faso, Camarões, Chade, República Democrática do Congo, Jibuti, Quénia, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Ruanda, Somália, Sudão do Sul, Sudão e Uganda são os países que vão beneficiar do apoio monetário do Governo japonês, referiu o PAM.
Na África Subsariana, a situação de insegurança alimentar “está a deteriorar-se ainda mais devido a uma vasta gama de fatores, incluindo conflitos, terrorismo, instabilidade política, catástrofes naturais, condições meteorológicas extremas, doenças infeciosas e inflação causada pelo conflito na Ucrânia”, referiu o PAM, citado pela Lusa.
Segundo a agência da ONU, as populações mais vulneráveis, incluindo os refugiados, as pessoas deslocadas internamente, as mulheres e as crianças, são as mais afetadas pela insegurança.
“Esta contribuição [monetária] permitirá ao PAM distribuir assistência alimentar, como cereais, leguminosas, óleo vegetal e vales de alimentos, às pessoas vulneráveis que sofrem de fome grave, escassez de alimentos e subnutrição”, declarou.
Desta ajuda, cerca de 8,6 milhões de euros servirão para auxiliar “as pessoas mais desesperadas da República Democrática do Congo [RDCongo], através da distribuição de alimentos, de assistência nutricional e da operação do Serviço Aéreo Humanitário das Nações Unidas, que permite uma distribuição ininterrupta”, referiu.
De acordo com o PAM, na RDCongo mais de 23 milhões de pessoas – 20% da população – “enfrentam níveis de crise ou de emergência de fome devido à intensificação dos conflitos, doenças, deslocações e infraestruturas deficientes”, sendo que o “número de famílias deslocadas no leste da RDCongo é o maior do mundo”.
Outro valor citado no comunicado do PAM é o da ajuda direcionada ao Chade.
Serão aplicados 6,7 milhões de euros para dar “assistência alimentar e nutricional vital, bem como refeições escolares aos beneficiários afetados pela crise no Chade”, declarou.
O PAM explicou que a nação africana já sofria de uma grave insegurança alimentar e subnutrição devido “à crise climática, à economia global e ao declínio da produção agrícola”, mas a eclosão da guerra no Sudão, em abril de 2023, pressionou ainda mais as comunidades “com um afluxo maciço de refugiados”.
“Apreciamos esta contribuição oportuna e generosa do Governo do Japão, que visa 15 países da África Subsariana atingidos pelos “3 C”: conflitos, choques climáticos e aumento dos custos dos produtos alimentares e dos produtos de primeira necessidade”, declarou o diretor do Gabinete de Relações do PAM com o Japão, Yasuhiro Tsumura, citado no comunicado.
De acordo com Yasuhiro Tsumura, esta ajuda reflete os compromissos do Japão com África, presentes nas Conferências Internacionais de Tóquio para o Desenvolvimento Africano (TICAD).
“Desejamos trabalhar com o Japão e os governos beneficiários para otimizar os impactos desta assistência. Com a TICAD9 agendada para 2025, esperamos que o Japão assuma a liderança na melhoria da insegurança alimentar em África”, referiu Tsumura.