O Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto reforçou esta sexta-feira o apelo à dádiva de sangue dos jovens e à necessidade de angariar dadores de plaquetas, procedimento que pode permitir transfundir um adulto ou até duas ou três crianças.
“É muito importante mantermos os nossos dadores regulares de todas as idades, mas é importante que seja renovando o grupo de dadores regulares, por isso é que pretendemos apelar às camadas jovens”, disse a diretora do serviço de o Serviço de Imuno-Hemoterapia do IPO do Porto.
Em declarações à agência Lusa, Luísa Lopes dos Santos recordou que nesta instituição “é muito necessária a transfusão, quer seja a parte vermelha, quer sejam as plaquetas”, razão pela qual reforçou o apelo às faixas etárias jovens. “Os nossos doentes consomem muitas plaquetas. Aí interessam-nos muito que as camadas jovens sejam dadoras específicas de plaquetas”, referiu a diretora.
Entre outros serviços, no IPO do Porto existe uma unidade de transplante, bem como uma unidade de tratamento de leucemias, ao que acrescem os doentes que fazem quimioterapia, procedimentos que necessitam de um ‘stock’ regular de plaquetas.
À Lusa, Luísa Lopes dos Santos explicou que “um dador de sangue dá plaquetas mas, para ser eficaz, é necessário juntar quatro ou cinco unidades”. “E se for um dador específico de plaquetas – que é uma dádiva ligada a uma máquina específica – uma dádiva permite transfundir um adulto ou até duas ou três crianças”, sublinhou.
Salvaguardando que o IPO do Porto tem neste momento reservas de sangue de todos os tipos e que nunca nenhum procedimento foi adiado por falta de sangue, a diretora do Serviço de Imuno-Hemoterapia reforçou o apelo aos jovens, uma vez que a faixa etária que tradicionalmente menos dá sangue é a dos 18 aos 24 anos.
“Temos um bocadinho menos de grupos negativos. Mas não temos nenhum constrangimento. Nunca nenhum doente teve o seu procedimento adiado por falta de produto. Mas aumentar os dadores de sangue, sobretudo recrutando nas camadas jovens, é muito importante”, frisou.
A dádiva de plaquetas exige os mesmos critérios da dádiva de sangue, mas os dadores podem fazer o procedimento de mês a mês. Trata-se de uma dádiva em que não exige uma reposição das proteínas e células sanguíneas tão demorada. A dádiva de plaquetas demora 40 minutos a uma hora e um dador regular de sangue pode ser dador de plaquetas.
Atualmente, a faixa etária que mais dá sangue no IPO do Porto é a de entre os 25 e os 44 anos, seguindo-se a dos 45 aos 65. A faixa etária dos 18 aos 24 é a mais pequena. Luísa Lopes dos Santos admitiu que existem meses mais críticos em termos de reservas: “há meses de maior procura dos serviços, [que são] os de verão e dezembro. Depois, janeiro e fevereiro normalmente são mais parcos em dadores”.
O horário para dádiva de sangue no IPO do Porto é de segunda a sexta-feira, das 08:30 às 19:00, ou aos sábados, das 08:30 às 12:00. O estacionamento para dadores de sangue é gratuito.
Na terça-feira, o Instituto Português do Sangue (IPST) reforçou o apelo à dádiva, lembrando que os meses de janeiro e fevereiro “são os mais críticos” e que uma dádiva de sangue pode salvar a vida a três pessoas.
Em declarações à agência Lusa, a presidente do IPST, Maria Antónia Escoval, explicou que nestes meses há sempre uma diminuição das dádivas, “por um lado, por causa das infeções respiratórias, por outro, por causa das condições atmosféricas, que condicionam bastante a disponibilidade dos potenciais dadores se deslocarem aos locais de colheita”. “Se pensarmos que uma dádiva de sangue pode salvar até três pessoas, é um gesto de extraordinária solidariedade”, referiu.