20 de setembro de 2017 Uma equipa de investigadores da Universidade de Washington, Estados Unidos, descobriu como converter a gordura corporal “má” em gordura “boa”, permitindo queimar mais calorias e atrasar o aumento de peso, num estudo conduzido em ratos. Estes resultados abrem caminho para a possibilidade de desenvolver tratamentos mais eficazes para a obesidade e para a diabetes associada ao aumento de peso em pessoas, segundo os autores. No estudo, cujos resultados foram publicados na revista “Cell Reports”, a equipa liderada por Irfan J. Lodhi bloqueou a atividade de uma proteína presente na gordura branca, transformando-a em “gordura bege”. Esta alteração causou um aquecimento das células que acelerou a queima de calorias. Lodhi explica que a gordura castanha dos ratos tem níveis reduzidos de uma proteína chamada “PexRAP” e, quando os animais são colocados num ambiente frio, esses níveis diminuem também na gordura branca, aproximando o seu comportamento ao da gordura boa. «O frio induz a gordura castanha e bege a queimar energia armazenada e produzir calor», clarifica o investigador, citado pela “Lusa”. Nas mesmas experimentações, a equipa descobriu que os ratos modificados tinham mais gordura bege, queimavam mais calorias e eram mais magros em comparação com os outros, mesmo quando comiam a mesma quantidade de comida. Este tipo de gordura foi descoberto em humanos adultos em 2015 e, apesar de constituir uma espécie de nível intermédio, o seu funcionamento assemelha-se mais ao funcionamento da gordura castanha, constituindo, na opinião de Lodhi, uma potencial forma de combater a obesidade. «A nossa investigação sugere que ao atacar uma proteína na gordura branca, conseguimos converter gordura má num tipo de gordura que combate a obesidade», explica o investigador, acrescentado que se o mesmo puder ser feito de forma segura em humanos, será mais fácil perder peso. Nos Estados Unidos, mais de dois terços dos adultos têm excesso de peso ou são obesos, e cerca de 30 milhões de pessoas têm diabete, números que poderão diminuir, segundo os autores, com a descoberta de terapias que tenham o mesmo efeito de conversão. «O desafio será encontrar formas seguras de fazer isso sem causar sobreaquecimento ou febres nas pessoas, mas os farmacêuticos têm agora um bom alvo», conclui Lodhi. |