A primeira averiguação feita pelas autoridades de saúde não detetou indícios da presença de corpos estranhos na comida do refeitório de uma escola de Portimão onde alegadamente foram encontradas larvas em refeições escolares, informou esta quinta-feira (25) o município.
Em comunicado, a Câmara de Portimão salientou que estão, contudo, a ser realizadas análises no Laboratório Regional de Saúde Pública Laura Alves às amostras recolhidas no refeitório da Escola Básica e Secundária da Bemposta.
“A delegação de Saúde informou que, numa primeira averiguação, não foram detetados quaisquer indícios de presença de corpos estranhos, em concreto os que constam nas fotografias”, adiantou a autarquia, justificando os esclarecimentos com o “alarme social” causado pelas imagens que circulam nas redes sociais, cita a Lusa.
A posição do município surge depois de, na terça-feira, terem sido conhecidas, através das redes sociais, imagens “supostamente alusivas a uma refeição servida no refeitório da Escola Básica e Secundária da Bemposta” que mostravam a presença de larvas na comida, referiu a autarquia.
A Câmara de Portimão destacou ainda que “foi dado conhecimento das imagens à Direção-Geral de Veterinária” e, segundo o retorno recebido, “qualquer parasita existente no peixe não criava qualquer perigo para a saúde pública, uma vez que se tratava de um produto congelado e que o mesmo foi sujeito às temperaturas altas da fritura”.
O município assegurou que a escola onde alegadamente aconteceu o caso “sempre adotou todos os rigorosos procedimentos associados ao Sistema de Análise de Perigos e Controlo de Pontos Críticos (HACCP)”, garantindo que a escola e a autarquia só tiveram conhecimento do caso “muitas horas depois”.
A mesma fonte frisou que a escola, quando tomou conhecimento da situação, acionou os procedimentos estabelecidos para estes casos e a Autoridade de Saúde deslocou-se ao local, onde recolheu amostras do peixe ultracongelado e dos alimentos servidos no dia do alegado incidente.
Almoço do dia 22 de Janeiro servido na Escola Básica e Secundária da Bemposta em Portimão.
A sra. diretora da escola – Dra. Sandra Tenil – quis falar com as crianças individualmente sobre o facto de terem tirado fotos e terem enviado aos encarregados de educação.
Onde andam as… pic.twitter.com/81Q8UVM2eU— Muttley 𝕏 🇵🇹 (@XMuttley) January 24, 2024
A Câmara do distrito de Faro garantiu ainda que, até ao momento, não foram detetados problemas de intoxicação alimentar associados à alimentação fornecida pela escola.
“Reafirma-se que as autoridades de saúde tiveram acesso a todas as amostras da alimentação confecionada nesse dia, segundo as regras definidas no HACCP, e que a situação já se encontra comunicada à ASAE [Autoridade para a Segurança Alimentar e Económica]”, sublinhou o município.
A reação da Câmara surge depois de o PSD de Portimão ter anunciado no mesmo dia que vai pedir à Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) a abertura de um inquérito à “suposta presença de larvas” na refeição de peixe servida na escola da Bemposta.
Em comunicado, Ana Fazenda e Rui André, vereadores sociais-democratas naquela autarquia do distrito de Faro, sustentaram que a situação “pode configurar um problema de saúde pública e de alarme social” para qualquer progenitor.
A diretora do Agrupamento de Escolas da Bemposta, Sandra Tenil, disse à Lusa que “a equipa de Saúde não teve acesso ao prato referido com a alegada contaminação, porque a aluna não reportou nem apresentou o prato”, mas obteve uma amostra testemunho do prato confecionado e uma caixa que sobrou com o peixe ultracongelado.
Questionada pela Lusa, a Associação de Pais e Encarregados de Educação do Agrupamento de Escolas da Bemposta referiu que o assunto foi abordado “com caráter de urgência” e dado conhecimento da situação aos encarregados de educação e às entidades competentes.
“Relativamente aos pedidos de esclarecimento apresentados, a direção do Agrupamento Escolar, até à data, infelizmente, ainda não deu resposta às nossas tentativas de contacto e de esclarecimento para além do que está no ‘site’ do agrupamento”, lamentou, frisando que a associação aguarda pela “confirmação da ausência de impactos na saúde dos alunos”.