Segundo uma investigação da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), os cogumelos “shiitake” (Lentinula edodes) têm potencialidades antibacterianas que podem ser usadas no tratamento de doenças.
Para os investigadores deste projeto, os cogumelos “shiitake”, uma das espécies de cogumelos mais comercializada a nível mundial, possui importantes propriedades organolépticas, mas também biológicas.
O estudo realizado por Ana Afonso e Juliana Garcia, com a supervisão da especialista na área da micologia Guilhermina Marques, avaliou o potencial antibacteriano de extratos aquosos de duas variedades do cogumelo “shiitake” contra a “Staphylococus aureus”, uma bactéria que pode provocar desde uma simples inflamação até as infeções mais graves de difícil controlo médico.
A “Staphylococus aureus” resistente à meticilina (antibiótico de pequeno espetro pertencente as penicilinas) é um “agente patogénico prioritário” que está incluído no grupo de “prioridade alta” segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo um dos principais microrganismos responsáveis por infeções associadas aos cuidados de saúde.
Os resultados obtidos mostram a potencialidade dos extratos de “shiitake” na prevenção de infeções pela bactéria “Staphylococus aureus” resistente à meticilina, destacando-se as úlceras de pé diabético.
“Esta espécie é o principal alvo de estudo no Fungitech, um projeto de investigação e desenvolvimento tecnológico que envolve a empresa Floresta Viva e a UTAD e que tem como objetivo desenvolver, através de uma abordagem multidisciplinar, soluções inovadoras para o setor da produção dos cogumelos e aumentar o conhecimento científico acerca das propriedades medicinais do “shiitake” e de outras espécies de cogumelos”, esclareceu Ana Afonso
“Agora, pretendemos alargar o estudo a outras bactérias multirresistentes e também avaliar a atividade antibacteriana de outras espécies de cogumelos”, indicou a investigadora.