Intervenção psicológica ajuda a reduzir sintomas de ansiedade em crianças 1720

Dois programas de intervenção psicológica testados por uma equipa conjunta das universidades de Coimbra e Lisboa têm ajudado a reduzir a sintomatologia ansiosa em crianças dos 7 aos 12 anos.

Os projetos, que envolvem também os pais das crianças, têm revelado contribuir significativamente para a redução (…) da interferência destes sintomas nas suas vidas e nas famílias, informou a Universidade de Coimbra (UC) num comunicado enviado à agência Lusa.

O estudo-piloto, desenvolvido ao abrigo dos programas Detetives das Emoções In-Out e Gato Habilidoso, tem sido conduzido pela UC e pela Universidade de Lisboa (UL).

“Os programas são destinados a crianças que apresentam sintomas de ansiedade clinicamente significativos, como ansiedade de separação, que se manifesta pela dificuldade da criança em separar-se dos pais, ansiedade social, que se traduz, muitas vezes, na dificuldade em participar nas interações sociais e em situações de avaliação, e ansiedade generalizada, que se manifesta frequentemente por preocupações com uma diversidade de aspetos que a criança não consegue controlar”.

Está previsto que brevemente estas intervenções sejam aplicadas em maior escala, estando abertas as inscrições dos interessados.

“Perante a necessidade de tratamento das perturbações emocionais na infância, pretende-se contribuir para que estas duas intervenções psicológicas, com características diferentes, mas ambas com resultados de eficácia noutros países muito promissores, fiquem disponíveis no nosso país e possam ser implementadas de forma generalizada”, explicou Helena Moreira, docente da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da UC.

Citada na nota, a também investigadora do Centro de Investigação em Neuropsicologia e Intervenção Cognitivo-Comportamental acrescentou que os estudos têm mostrado que, se as perturbações de ansiedade na infância não forem adequadamente tratadas, a probabilidade de recaída ou de desenvolvimento de novos problemas, ao longo da adolescência e da idade adulta, é elevada.

“Os primeiros anos de vida representam uma oportunidade extraordinariamente importante para a promoção da saúde mental ao longo da vida. Contudo, muitas crianças não têm acesso a tratamento psicológico, particularmente a intervenções informadas pela evidência”, referiu Helena Moreira, que coordena o projeto com a sua colega da UL Ana Isabel Pereira.

O estudo decorreu entre março e julho, em diferentes municípios como Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Mortágua, Pombal e Viseu, tendo envolvido 77 crianças e os pais.

Qualquer pai ou mãe que considere que o seu filho apresenta sintomas de ansiedade significativos pode efetuar a inscrição através do e-mail detetives.in.out@gmail.com, para inscrições na zona Centro, ou usando o endereço detetivesinout@psicologia.ulisboa.pt, para inscrições na zona de Lisboa.

As escolas que queiram participar podem também inscrever-se no programa, de 16 sessões e cujo ingresso é gratuito.