Insetos chegam aos pratos europeus em 2018 917


26 de dezembro de 2017

A União Europeia vai autorizar, a partir de janeiro, a venda de insetos para consumo humano. O regulamento 2283/2015 da União Europeia sobre “Novel Food” abre caminho à utilização de insetos na nossa alimentação.

A mudança de legislação significa na prática que as empresas que já existem no continente e se dedicam ao consumo humano de insetos vão poder pedir autorização para a sua comercialização.

O entomólogo Santos Rojo Velasco, diretor do departamento de Ciências Ambientais e Recursos Naturais da Universidade de Alicante, esclarece: «Os insetos, obviamente, vão fazer parte da cadeia alimentar humana, direta ou indiretamente. Não só vão ser o alimento do futuro, como já são o alimento do presente», avançou o “Expresso”.

Mas se esta é uma novidade para as sociedades ocidentais, para a maior parte dos países asiáticos, africanos ou até da América Latina a utilização de insetos na gastronomia já é uma prática corrente.

Na maior parte dos países da Ásia vendem-se insetos cozinhados na rua. Em África e na América Latina a ingestão de insetos também já está enraizada, em Angola, por exemplo, as formigas picantes são muito apreciadas e no México, os gafanhotos são vendidos como petisco.

De acordo com informações avançadas pelo “Expresso”, são mais de 1.600 as variedades comestíveis de insetos. Há cerca de 3.000 etnias, em mais de 120 países, que comem insetos como suplemento alimentar ou substituto de alimentos escassos. Esta nova categoria alimentar pode revelar-se um aliado no combate à fome, já que em 2030, as estimativas apontam para uma população mundial superior a 9.000 milhões de pessoas.