30 de maio de 2017 O primeiro Inquérito Nacional de Saúde com Exame Físico (INSEF), hoje apresentado no Porto, revelou uma elevada prevalência de algumas doenças crónicas como a hipertensão arterial (38%), a obesidade (28,7%) e a diabetes (9,8%). O estudo, relativo a 2015, constatou também que 67,6% da população tinha excesso de peso ou obesidade e 52,3% tinha alteração dos lípidos do sangue (colesterol alto), valor que aumentava para 63,3% ao incluir nesta estimativa a população que referiu tomar medicamentos para controlar esta condição, avançou a “Lusa”. O INSEF é um estudo epidemiológico observacional, transversal de base populacional, programado e realizado para ser representativo ao nível regional e nacional, com o objetivo e contribuir para melhorar a saúde pública e reduzir as desigualdades em saúde. O inquérito surgiu na sequência da participação de Portugal, através do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA, IP), em projetos de investigação e ações conjuntas com outros países Europeus, financiados pela União Europeia. A população alvo consistiu nos indivíduos entre os 25 e os 74 anos de idade, residentes em Portugal continental ou regiões autónomas há mais de 12 meses. O trabalho de campo decorreu entre fevereiro e dezembro de 2015 em 49 locais de observação (PSU) e foi realizado por equipas constituídas por um total de 117 profissionais. Ao todo foram selecionados aleatoriamente para o INSEF 12.289 indivíduos, tendo-se obtido no final uma amostra com 4.911 participantes (2,265 homens e 2.646 mulheres), para os quais os procedimentos do INSEF (exame físico, colheita de sangue e entrevista) foram concretizados na íntegra. A informação obtida pelo primeiro INSEF é representativa da população portuguesa a nível nacional e de cada uma das suas sete regiões, tendo sido utilizados os métodos preconizados pelo European Health Examination Survey (EHES). As diferenças observadas nas estimativas populacionais de vários dos indicadores justificam, segundo os responsáveis pelo inquérito, a atenção das intervenções de saúde quer sobre algumas áreas do estado de saúde que afetam um elevado número de portugueses: 52,3% no caso de colesterol total superior a 190 mg/dl, 38% no caso da hipertensão arterial ou 28,7% no caso da obesidade, quer noutras, como a diabetes ‘mellitus’, cuja estimativa é de 9,8%. Entre os determinantes são realçadas as elevadas frequências de sedentarismo nos tempos livres (44,8%), o consumo arriscado de bebidas alcoólicas, reportado por 33,8% da população masculina, ou a exposição ambiental ao fumo do tabaco que afetava 12,8% da população. Na comparação entre as sete regiões nacionais, após remover o efeito do sexo e da idade, as prevalências padronizadas apresentavam valores mais elevados de hipertensão arterial e obesidade na região Norte, obesidade abdominal na região Centro, diabetes na Região Autónoma dos Açores, e alteração do perfil dos lípidos do sangue na região Centro. Os primeiros resultados do INSEF foram apresentados numa conferência realizada no auditório do Museu Soares dos Reis, no Porto. |