Na semana em que se assinala o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos relembramos a importância de cuidar da saúde dos nossos avós e, em particular, da sua visão. Os dados recentes do ‘Barómetro da Oftalmologia’ – um inquérito realizado a nível global com a participação, nacional, de doentes e profissionais de saúde, – revela resultados importantes sobre a perceção e o conhecimento da DMI.
Em Portugal, este inquérito contou com a participação de quatro centros hospitalares e clínicas do nosso país e envolveu 317 respostas de doentes e profissionais de saúde na área da DMI. De entre os principais resultados destacamos que:
• 44% dos doentes e 86% dos oftalmologistas consideram difícil manter o tratamento por falta de apoios adicionais, nomeadamente no transporte para a clínica, ajudas de custos para estacionamento e medicamentos, materiais informativos para compreender melhor a doença e o tratamento, lembretes de consultas, discussões pró-ativas com profissionais de saúde sobre os desafios da doença e apoio emocional;
• 46% dos doentes que vivem com DMI, assim como todos os oftalmologistas inquiridos, acham que o tratamento é demasiado frequente;
• 56% dos doentes gostariam que o tempo entre tratamentos fosse maior sem diminuição da acuidade visual;
• 45% das pessoas gostariam de monitorizar a acuidade visual em casa através de uma máquina, sendo que 55% dos oftalmologistas sublinham a importância dos serviços médicos deslocarem-se ao domicílio do doente ou perto deste;
• Para 84% dos doentes seria importante falar com o médico sobre os desafios relacionados com a doença, mas 27% dos oftalmologistas referem não ter tempo suficiente nas consultas para esclarecer eventuais preocupações.
A DMI é a principal causa de cegueira em países desenvolvidos, afetando uma em cada oito pessoas a partir dos 60 anos.[1] É uma doença degenerativa, progressiva e crónica, associada ao envelhecimento, que afeta gradualmente a visão central e representa um problema de saúde global, com impacto significativo na autonomia e na qualidade de vida dos doentes.[2]
À medida que a DMI vai progredindo pode levar a alterações da visão de contraste, da visão das cores e da visão em ambientes com má luminosidade, o que faz com que simples atividades do dia a dia, como ler, escrever, conduzir e reconhecer rostos, se tornem difíceis para o doente.
As lesões da mácula passam frequentemente despercebidas nas fases precoces [3], o que traz alguns desafios acrescidos ao diagnóstico. Por isso, é fundamental aconselhar os nossos avós, pais, tios e outros familiares com mais de 55 anos, a irem ao médico oftalmologista regularmente para fazer exames de rotina e detetar precocemente quaisquer alterações na visão.
O tratamento atempado pode retardar a progressão da DMI e ajudar a preservar a visão de quem tanto gostamos, permitindo-lhes continuar a desfrutar de bons momentos com a sua família e amigos.
Para mais informações sobre o inquérito global ‘Barómetro da Oftalmologia’ visite: https://www.amdbarometer.org/namd-barometer-survey.
Referências:
[1] Vyawahare H, Shinde P. Age-Related Macular Degeneration: Epidemiology, Pathophysiology, Diagnosis, and Treatment. Cureus 2022; 14(9): e29583. [Consultado em julho de 2024].
[2] [3] Simón, A. (2023). Degenerescência Macular da Idade. Disponível em: https://www.ordemfarmaceuticos.pt/fotos/publicacoes/cim_e_publicacoes_dmi_134399884464416ab9a63e9.pdf. [Consultado em julho de 2024].