No âmbito da promoção de uma alimentação mais saudável, as medidas governamentais de aplicação de taxas de imposto associadas ao açúcar e a atenção dada recentemente ao excesso de consumo de sal, parecem ter levado uma parte da indústria alimentar a tomar medidas tendentes à redução de açúcar e sal nos seus produtos.
A VIVER SAUDÁVEL verificou que algumas marcas procuram seguir os parâmetros da OMS para uma alimentação saudável e, no foco destas alterações, estão especialmente os snacks, bebidas e bolachas. Por exemplo, a Vieira de Castro apresentou recentemente novas referências sem açúcar e outra com redução de sal. A Lipton, ainda antes da introdução do imposto para limitar os níveis de açúcar nas bebidas refrigeradas, mudou a receita dos seus chás gelados, reduzindo em mais de 30% o nível de açúcar. Ainda na área das bebidas, a Coca-Cola anunciou uma redução de 33% do peso do açúcar por cada litro das suas bebidas vendido em Portugal.
Na categoria dos chocolates, a Nestlé apresentou, em 2018, o primeiro chocolate do mundo fabricado com “açúcar estruturado”, um produto desenvolvido pela multinacional. Segundo a marca «esta inovação permite reduzir o teor de açúcar em 30% comparativamente aos produtos equivalentes, sem recorrer a adoçantes». A redução também incidiu nos cereais de pequeno almoço, cuja gama foi reformulada, e na qual se anuncia uma redução de 30% nos últimos 10 anos. Também as sobremesas pré-feitas têm registado inovações neste âmbito, para além das já tradicionais gelatinas 0% açúcar, a Condi Alimentar lançou recentemente Mousses Light, com uma redução de 30% no açúcar adicionado.
Outras companhias parecem igualmente alerta para estas questões, correspondendo não apenas à pressão legislativa, mas também a uma crescente preocupação do consumidor em adotar uma alimentação e estilo de vida mais saudáveis. Sendo exigências de longa data dos nutricionistas, resta perceber se estas medidas serão estruturais e consistentes ou apenas um passageiro fenómeno de “moda”.