Incêndios florestais: Recomendações alimentares para bombeiros 384

O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde publicou, em 2017, o Manual “Recomendações Gerais para a Alimentação de Bombeiros”.

O documento foi relembrado, nas redes sociais, por Pedro Graça, ex-diretor do PNPAS e um dos nove autores do documento. “Coisa pouca no meio de tanta desgraça”, considera, “mas pelo menos, ajuda a pensar que a nossa bonita profissão pode ser tão útil em tantas ocasiões e que é verdadeiramente uma profissão maravilhosa, apesar de tantas vezes menosprezada”, continua, dirigindo-se aos colegas nutricionistas.

Com 45 páginas, o Manual começa por explicar que “a profissão de bombeiro implica um contacto permanente com situações de risco e de grande exigência física, associada a elevados níveis de stresse físico e psicológico”. Em concordância, “a preservação da condição física, da saúde e da qualidade de vida destes profissionais reveste-se de extrema importância, pelo que a melhoria da qualidade da alimentação nos bombeiros é essencial para a promoção da sua saúde e para a sua eficiência profissional”.

São apresentadas recomendações gerais para uma alimentação saudável a adotar pelos bombeiros no seu dia a dia e, particularmente, para os períodos de atividade profissional intensa e para os dias de combate a incêndio, quando são disponibilizadas por restaurantes, instituições ou pelas próprias corporações de bombeiros.

Kit para situações de emergência para 24h

São apresentados no documento alguns kits alimentares de proteção civil para situações de emergência para 24h compostos por pequeno-almoço, merenda da manhã, almoço, meio da tarde, jantar e ceia. São elencadas as informações afetas a quantidades, HC (g), gordura (g), proteína (g) e valor energético (kcal).

A diversidade de opções alimentares é notória e proporciona uma fonte de energia para os bombeiros. De bolachas maria a geleia de pêssego ou queijo fundido para o pequeno-almoço, a vitela com vegetais e massa à bolonhesa ao almoço, passando por sardinhas em conserva e frango oriental ao jantar, as opções são variadas e acompanhadas por café solúvel, sumos de fruta ou marmelada.

Às sugestões alimentares, compostas por cerca de duas dezenas de alimentos por bombeio para um dia completo de combate a incêndios, são acrescentados outros acessórios alimentares e não alimentares, como sal, pastilhas para purificação de água, aquecedor sem chama ou toalhetes húmidos.

Refeições disponibilizadas pelas corporações e restaurantes 

No que diz respeito a refeições asseguradas por entidades externas às corporações de bombeiros, como estruturas de restauração (onde se incluem cafés, restaurantes, bares e cantinas) ou pelas próprias corporações, são apresentados os alimentos que devem ser promovidos juntos dos bombeiros:

  • Entrada: Sopa de hortícolas;
  • Prato: Cereais, derivados e tubérculos (batatas, massa, arroz, couscous, pão, etc), hortícolas (espinafres, brócolos, couve, beterraba, grelos, cenoura, etc), leguminosas (grão, ervilhas, feijão, favas, lentilhas, etc), grelhados, caldeiradas, jardineiras, cataplanas, ensopados, etc).
  • Sobremesa: Fruta;
  • Bebidas: Água, néctares de fruta.

São também apresentados um conjunto de alimentos que devem ser evitados:

  • Entradas: Massas folhadas, rissóis e croquetes;
  • Prato: Produtos de charcutaria e salsicharia, fast food, adição de molhos (mostarda, ketchup, maionese, etc), fritos;
  • Sobremesa: Produtos de pastelaria e confeitaria;
  • Bebidas: Refrigerantes e bebidas açucaradas, bebidas alcoólicas.

Aceda ao Manual “Recomendações Gerais para a Alimentação de Bombeiros” aqui.