21 de Junho de 2016 A insegurança alimentar agrava-se no Iémen em quase todo o país, onde mais de metade da população tem dificuldade em alimentar-se, alertaram hoje os organismos das Nações Unidas encarregados da questão da alimentação. «Trata-se de uma das piores crises no mundo e continua a piorar», disse Jamie McGoldrick, coordenador humanitário da ONU no Iémen, citado num comunicado comum da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM). A emergência afeta 19 dos 22 distritos do país, alguns dos quais contam com 70% da população em risco. No total, a FAO e o PAM calculam que pelo menos sete milhões dos cerca de 24 milhões de habitantes do país, ou seja, 15% mais que há um ano, estão numa situação de emergência alimentar, enquanto, 7,1 milhões se encontram em crise. Segundo dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) citados no comunicado, perto de três milhões de crianças de cinco anos correm risco de subnutrição grave, cuja taxa atinge níveis alarmantes na maioria das regiões, avançou a “Lusa”. Além das consequências diretas do conflito, a situação deve-se à falta de combustível e às restrições à importação que limitam o acesso aos alimentos num país que importa 90% dos seus alimentos de base. Entre janeiro e abril, perto de 3,6 milhões de pessoas beneficiaram de ajuda alimentar de emergência, mas os programas do PAM e da FAO «têm grave escassez de fundos», indicaram as organizações, apelando aos países doadores para contribuírem. A guerra no Iémen opõe os rebeldes xiitas – acusados de ligação ao Irão e que controlam a capital, Sanaa, e o norte do país – às forças governamentais – apoiadas pela Arábia Saudita e presentes essencialmente no sul. O conflito causou mais de 6.400 mortos e 30.000 feridos desde março de 2015. |