Hospitais de Coimbra dizem que centros de referência aumentam qualidade do SNS 560

22 de Março de 2016

O presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) considerou hoje que a criação dos centros de referência é um passo decisivo para o aumento de qualidade no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Para Martins Nunes, que falava na cerimónia de apresentação dos 14 centros de referência do CHUC, os portugueses, agora, «ficam detentores da identificação dos hospitais que se apresentam como aqueles nos quais cada patologia específica é tratada com melhores resultados», citou a “Lusa”.

«Os 14 centros de referência que nos foram atribuídos significam que somos o hospital do país com maior número de centros de referência e isso dá-nos uma vontade enorme de continuar e de fazermos tudo pelo melhor», referiu o administrador, numa sessão que contou também com a presença do presidente da Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC).

Salientando que os centros aprovados foram praticamente todos aqueles que concorreram, Martins Nunes sublinhou os centros de referência em transplantes de coração, onco-oftalmologia e transplantação hepática pediátrica, únicos em Portugal.

A estes, juntam-se os centros de referência em cardiologia de intervenção estrutural, cardiopatias congénitas, doenças hereditárias do metabolismo, epilepsia refratária, cancro do esófago, cancro do testículo, cancro do reto, sarcomas das partes moles e ósseos, cancro hepatobilio/pancreático, oncologia pediátrica e transplante rim adultos.

«A constituição dos centros de referência é a assunção em Portugal da decisão de fazer convergir o SNS para a adoção das melhores práticas organizacionais europeias», frisou o responsável, adiantando que dentro de 15 dias o CHUC estará presente em Bruxelas numa reunião para preparar a integração dos centros de referência nos congéneres europeus.

Os hospitais com centros de referência vão ter um financiamento superior ao das instituições que não obtiveram esta classificação, uma forma de o governo apoiar, «no plano material», este reconhecimento, anunciou no dia 11 o ministro da Saúde.

«Haverá uma discriminação positiva, ou seja, os hospitais que têm centros de referência terão um pagamento diferenciado em relação aos que não têm. É um incentivo de ordem financeira, que complementa o incentivo técnico e científico do reconhecimento», disse Adalberto Campos Fernandes.

Das 184 candidaturas que chegaram à Comissão para o Reconhecimento de Centros de Referência, presidida por João Lobo Antunes, foram reconhecidos 82 centros de referência, em 19 áreas clínicas.