Os hospitais vão iniciar já em abril a avaliação ao estado nutricional dos doentes. A identificação do risco nutricional vai iniciar-se com duas experiências-piloto ¬- na Unidade Local de Saúde do Alto Minho e no Centro Hospitalar de Lisboa Central-, prevendo-se o alargamento a todos os hospitais a partir do segundo semestre.
Esta medida poderá envolver cerca de 800 mil doentes por ano e é um passo essencial na implementação de uma estratégia para o combate à desnutrição hospitalar, focando-se na recuperação dos doentes e o aumento da qualidade de vida, tal como o despacho 6634/2018 determina.
Um comunicado redigido pelo Ministério da Saúde informa que a prevalência da desnutrição em doentes internados estima-se ser entre 20% e 50%, sendo por isso premente a identificação do estado nutricional dos doentes e fomentar o suporte nutricional adequado à sua recuperação.
A implementação de uma identificação precoce do risco nutricional irá trazer benefícios em termos de qualidade de vida e na recuperação do estado de saúde, podendo também contribuir para a redução de úlceras de pressão e reduzir custos, já que a desnutrição está associada a internamentos mais longos, especialmente em cidadãos mais idosos.
Este desenvolvimento foi estudado numa reunião que decorreu ontem no Ministério da Saúde, liderada pela Secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, e em que marcaram presença representantes da ON, entre eles a Bastonária, da Direção-Geral da Saúde (através da Diretora do PNPAS, Maria João Gregório) e dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.
Na ordem de trabalhos esteve a implementação nos hospitais do SNS de disposições que combatam a desnutrição hospitalar e contribuam para a recuperação dos doentes e a sua qualidade de vida, através de uma melhor prestação de cuidados nutricionais, nomeadamente com a aplicação sistemática de ferramentas de levantamento do risco nutricional nesses ambientes.
Estas intenções estão alinhadas com a Estratégia Integrada para a Promoção da Alimentação Saudável (EIPAS) que, de acordo com a ideia da saúde em todas as políticas, tem promovido ganhos em saúde resultantes de intervenções nas variáveis da alimentação.
Numa fase de conclusão da adaptação da plataforma informática do Sistema Clínico hospitalar, com vista à integração da ferramenta de avaliação do risco nutricional, o comunicado avança com os próximos passos. Estes passarão pela implementação faseada da ferramenta de avaliação de risco nutricional nos hospitais do SNS; iniciar a integração através de dois projetos-piloto; avaliar esta integração, verificando as necessidades técnicas e funcionais de cada instituição; criar uma comissão de acompanhamento que analisará a implementação, integrada por todas as entidades presentes nesta reunião, e ainda responsáveis técnicos pelas duas unidades piloto, a designar. Por fim, a apresentação dar-se-á até ao final de julho, com as conclusões extraídas por esta comissão, com o objetivo do alargamento aos restantes hospitais do SNS.
O Ministério da Saúde, juntamente com as suas instituições e em colaboração próxima com a ON, afirma-se empenhado na adoção de estilos de vida saudável e na promoção de uma alimentação saudável.